Sem combustível, único hospital que trata pacientes com câncer em Gaza cessa operações
'A vida de 70 pacientes com câncer internados no hospital está seriamente ameaçada', lamenta ministra palestina
Internacional|Do R7
O Hospital da Amizade Turco-Palestina, o único na Faixa de Gaza que trata pacientes com câncer, parou de funcionar por ter ficado sem combustível e sofrido danos com os ataques israelenses dos últimos dias, segundo informou nesta quarta-feira (1º) o Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestina.
O centro médico cessou as operações "como resultado do bombardeio das forças de ocupação [de Israel] ontem e anteontem e depois de ficar completamente sem combustível", anunciou em comunicado a ministra da Saúde palestina, Mai al-Kaila.
“A vida de 70 pacientes com câncer internados no hospital está seriamente ameaçada”, alertou a ministra, que denunciou as “condições de saúde catastróficas” em que se encontra a Faixa devido à ofensiva militar israelense, que deixou mais de 8.500 mortos e pelo menos 21,5 mil feridos desde o início da guerra, há 26 dias.
A pasta de Saúde palestina alertou haver muitos receios sobre a situação de mais 2.000 pacientes com câncer em Gaza, enquanto 16 dos 35 centros médicos do enclave pararam de funcionar por falta de combustível.
Da mesma forma, acrescentou que o maior hospital de Gaza, o centro médico Al-Shifa, "deixará de funcionar em menos de 24 horas devido à escassez de gasolina".
Gaza está sujeita a um cerco por parte de Israel que proíbe quase completamente a entrada de alimentos, água, combustível ou medicamentos no enclave, com exceção de 216 caminhões com mantimentos que passaram pela fronteira de Rafah com o Egito nos últimos dias.
Hoje, pela primeira vez desde o início do conflito, essa passagem está parcialmente aberta para a saída de cerca de 80 feridos de Gaza e por volta de 400 pessoas com cidadania estrangeira presas na Faixa.