Síria e Uruguai apoiam Morales e denunciam golpe de estado
Presidente boliviano renunciou na noite de domingo (10) depois de pressão militar e populares. Países do mundo todo comentaram episódio
Internacional|Da EFE
O governo da Síria condenou nesta segunda-feira (11) o que chamou de "golpe militar" contra Evo Morales, que ontem anunciou sua renúncia à presidência da Bolívia em meio à violência e protestos após as eleições realizadas no último dia 20 de outubro.
"A República Árabe da Síria condena veementemente o golpe militar na Bolívia e expressa sua solidariedade ao legítimo presidente eleito Evo Morales", disse a agência oficial "Sana", citando uma fonte do Ministério das Relações Exteriores sírio.
A nota acrescenta que "a Síria renova seu apoio ao povo boliviano nessas circunstâncias difíceis", completa, enfatizando sua gratidão à Bolívia por suas posições nos assuntos árabes.
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Além disso, o governo de Bashar al-Assad afirmou "apreciar o apoio da Bolívia à luta dos povos dos países latino-americanos contra a hegemonia americana e sua escandalosa interferência nos assuntos internos".
A Síria mantém relações amistosas com a Bolívia, bem como com outros países da América Latina, como Venezuela e Cuba.
Apoio uruguaio
O Uruguai foi outro país a se manifestar sobre a situação da Bolívia e classificou a renúncia do presidente Evo Morales como um "golpe de Estado" e expressou sua consternação com o "colapso do Estado de Direito" produzido no país.
"O Uruguai considera que não há argumento que possa justificar esses atos, em especial tendo anunciado algumas horas antes do presidente Morales sua intenção de convocar novas eleições, com base no relatório emitido pela missão eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA)", diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores uruguaio.
O governo uruguaio faz "um apelo urgente" a todos os atores bolivianos para encerrar os atos de violência e que o processo eleitoral "seja conduzido de acordo com as disposições da Constituição e das leis", para restaurar o estado de direito e respeitar plenamente os direitos humanos.
Na nota, o Ministério uruguaio também enfatiza que os direitos dos habitantes devem ser respeitados, bem como a inviolabilidade das representações diplomáticas estrangeiras e de seus funcionários.