Ajuda que entra hoje em Gaza 'não é nada' perto das necessidades do povo palestino, diz ONU
A região enfrenta bombardeios incessantes e está carente de produtos básicos, como água, comida, energia e combustível
Internacional|Do R7, com informações da AFP
A ajuda que entra hoje na Faixa de Gaza "não é nada" perto das necessidades da população do território palestino, de 2,4 milhões de habitantes, afirmou nesta segunda-feira (30) o diretor da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini. Segundo ele, o atual sistema de ajuda à região pela passagem fronteiriça de Rafah está "condenado ao fracasso".
"Sejamos claros: o punhado de comboios autorizados através de Rafah não é nada comparado às necessidades de mais de 2 milhões de pessoas presas em Gaza", afirmou Lazzarini, que definiu como "castigo coletivo" os bombardeios incessantes e a falta de produtos básicos no território palestino. Ele pediu ajuda aos membros do Conselho de Segurança da ONU e exigiu um "cessar-fogo humanitário imediato".
Após a escalada dos bombardeios na Faixa de Gaza, os Estados Unidos informaram nesta segunda-feira que deverão aumentar o número de caminhões de ajuda ao território palestino pela passagem fronteiriça de Rafah, para cem por dia. Segundo a ONU, esse é o número mínimo de comboios humanitários que deveria entrar no território palestino diariamente.
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"Esta primeira fase, da qual temos falado com os israelenses, tenta fazer chegar cerca de cem por dia", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, acrescentando que neste domingo (29) cerca de 45 veículos tinham passado. "Confiamos em poder consegui-lo nos próximos dias."
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A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária desde o dia 7 de outubro, quando o grupo terrorista palestino Hamas realizou um ataque-surpresa no sul de Israel, que respondeu com bombardeios incessantes no território palestino e o cerco total à região. Palestinos do enclave estão carentes de produtos básicos, como água, comida, medicamentos, energia elétrica e combustível.
Como consequência do cerco total, hospitais da Faixa de Gaza estão lotados e "à beira do colapso", advertiu na última segunda-feira (23) o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), seis deles já tiveram que fechar as portas por falta de combustível. Israel se recusa a permitir a entrada de combustível, alegando que isso beneficiaria o Hamas.