Sobreviventes do Dorian nas Bahamas se perguntam sobre futuro
Milhares de pessoas deixaram arquipélago rumo a Nassau, onde esperam construir uma vida nova longe das memórias da devastação do furacão
Internacional|Do R7
Dias depois de abandonar sua casa em ruínas e invadir um apartamento vazio para se abrigar enquanto o furacão Dorian destruía a ilha de Great Abaco, nas Bahamas, Samuel Cornish e sua família pegaram um voo de resgate para Nassau.
Questionado sobre o que o esperava lá, Cornish, que é filho de um pastor, foi direto: "Nada", disse ele. "Apenas uma nova vida."
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Neste domingo (8), uma semana após um dos mais fortes furacões do Caribe já registrados no arquipélago onde vivem 400 mil pessoas, a capital Nassau recebeu uma onda de milhares de pessoas que fugiram de áreas atingidas, incluindo Marsh Harbour, em Abacos, onde cerca de 90% da infraestrutura está danificada ou destruída.
Great Abaco está repleta de detritos de materiais de construção não utilizados, cadernos e Bíblias encharcados, pilhas manchadas de roupas esfarrapadas, sapatos sem par, banheiras viradas e colchões podres.
Cães e gatos mortos estão espalhados pelos destroços, enquanto alguns animais abandonados ou perdidos vasculham o lixo em busca de comida e se instalam nas varandas de casas destruídas. Um porco selvagem que resistiu à tempestade comemorou sua sobrevivência atacando dois jornalistas da Reuters.
As autoridades das Bahamas ainda estão retirando corpos dos destroços da ilha e reconhecem que o atual número oficial de mortos, 43, provavelmente aumentará bastante.
Cerca de 70 mil pessoas precisam de comida e abrigo, de acordo com estimativa do Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas.