Sócio diz que cometeu crimes com ex-chefe da campanha de Trump

Havia expectativa de que Rick Gates fosse a principal testemunha no caso do governo contra Manafort, tendo se declarado culpado em fevereiro

06/08/2018 - 22h05 (Atualizado em 22/02/2024 - 05h01)

Rick Gates, um associado de negócios de longa data de Paul Manafort, ex-chefe da campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em julgamento nesta segunda-feira (6) que ajudou Manafort a preencher declarações fiscais falsas e não declarou contas bancárias no exterior.

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Havia expectativa de que Gates fosse a principal testemunha no caso do governo contra Manafort, tendo se declarado culpado em fevereiro e concordado em cooperar com procuradores sob um acordo que pode levar a uma sentença reduzida.

“Nós não enviamos o formulário exigido designando que ele possuía controle sobre uma conta offshore”, disse Gates ao júri no tribunal federal em Alexandria, na Virgínia, no quinto dia do julgamento.

Quando o procurador Greg Andres perguntou o motivo, Gates respondeu: “Sob direção do sr. Manafort”.

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Gates também declarou que ele e Manafort sabiam que isto era um crime porque haviam sido notificados por contadores de Manafort em e-mails.

Advogados de Manafort sinalizaram que irão buscar culpar Gates e o acusaram de desviar milhões de dólares de Manafort. Gates e Manafort se conhecem há duas décadas e comandavam um negócio multimilionário de consultoria política. Gates também trabalhou para a campanha eleitoral de Trump.

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"A pedido do sr. Manafort, não divulgamos contas bancárias no exterior", disse Gates ao tribunal. "Fora dos negócios, nós não socializamos."

Manafort se declarou inocente para 18 acusações de fraude fiscal e bancária e fracasso em relatar contas bancárias no exterior. As acusações são anteriores aos seus cinco meses na campanha de Trump, mas foram as primeiras a serem levadas a tribunal decorrentes da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre interferência russa na eleição presidencial norte-americana de 2016.

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O júri ouviu sobre como Manafort recebeu dezenas de milhões de dólares para trabalhos com políticos pró-Rússia na Ucrânia. Mueller também está investigando possível coordenação entre membros da campanha de Trump e autoridades russas na campanha eleitoral, mas as acusações contra Manafort não possuem relação com isto.

Procuradores passaram nesta segunda-feira por uma lista de corporações no exterior e Gates prestou depoimento que todas elas eram controladas por Manafort e possuíam rendimentos recebidos por seu trabalho com consultoria política.

O hondurenho Douglas Almendarez, de 37 anos, é um dos mais de 450 pais imigrantes que deixaram os Estados Unidos sem seus filhos, depois de terem sido separados por funcionários da fronteira

Até esta quinta-feira (26), mais de um mês depois de ter sido deportado, ele não vê seu filho Eduardo, de 11 anos, do qual foi separado 10 dias antes de deixar os EUA. Ao voltar para seu país recebeu a promessa de que encontraria o menino. Esperou por voos seguintes, apreensivo, mas não reencontrou o filho

A esposa de Doulgas e mãe de Eduardo, Evelin Meyer, 38 anos, não se aventurou com os dois na empreitada. Ficou em La Union, no Estado de Olancho, e a primeira coisa que perguntou quando viu o marido de volta foi: "Onde está meu filho?"

Demorou um mês para eles saberem que o menino está em um abrigo para crianças imigrantes em um antigo Walmart em Brownsville, Texas. Isso só ocorreu após Douglas, que também é pai da menina Marcela, de 9 anos, que está com ele, dar uma entrevista para um programa de um vizinho no Facebook, em 21 de junho

Um amigo de Tegucigalpa ligou e indicou o nome de alguém do Ministério das Relações Exteriores hondurenho que poderia ajudar. Aquela pessoa, disse Almendarez, forneceu-lhe um contato no consulado hondurenho em Los Angeles, e Eduardo foi localizado em abrigo do Texas para meninos migrantes, a Casa Padre

Acontece que, até esta quinta-feira (26), Almendarez e sua esposa disseram que ainda não haviam recebido nenhuma palavra sobre quando - ou até mesmo se - o filho seria devolvido a eles

O futuro permanece incerto, mesmo quando o governo se esforça para cumprir um prazo final ordenado por tribunal americano, que se encerra nesta quinta-feira, para reunir as 2.500 famílias separadas pela política de imigração chamada "tolerância zero", do presidente Donald Trump

O juiz da Corte Distrital dos EUA, Dana Sabraw, que ordenou as reunificações, disse no tribunal que, depois que o prazo de quinta-feira expirar, ele examinará o processo de reunir as famílias em que os pais retornaram para casa

Mas, segundo Clara Long, pesquisadora da HUman Rights Watch, que entrevistou vários hondurenhos nessa situação, essas reuniões provavelmente levarão tempo. "É muito difícil encontrar pessoas depois de terem sido deportadas. Isso só mostra a completa falta de um plano de reparação para essas famílias"

A porta-voz do Departamento de ICE (Imigração e Alfândega dos EUA), Adelina Pruneda, não falou sobre o caso do menino Eduardo, apenas forneceu uma declaração sobre os esforços do DHS (Departamento de Segurança Interna), que supervisiona o ICE, e do HHS (Departamento de Saúde e Serviços Humanos) dos EUA para reunir as famílias

Poucos dias depois de os pais terem descoberto onde estava o filho, Eduardo lhes telefonou do abrigo. Disse para a mãe que não conseguia dormir e que se sentia sozinho, sentindo falta de ambos

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Neste momento, pelo menos, a distância diminuiu de certa maneira, já que puderam conversar. E passaram a se falar duas vezes por semana. Agora os pais esperam a informação mais importante, que precisa ser fornecida pelo HHS: quando eles poderão ter o filho de volta
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