Soldados do Congo atiram no ar para dispersar manifestantes
Ativistas protestam contra a decisão de excluir suas cidades de participar da eleição presidencial do país. Centros de isolamento de ebola foram invadidos
Internacional|Do R7
Forças de segurança do leste da República Democrática do Congo usaram gás lacrimogêneo e munição real para dispersar manifestantes que queimaram pneus e atacaram centros de isolamento de ebola nesta quinta-feira (27) para protestar contra a decisão de excluir suas cidades de participar da eleição presidencial do país.
Na quarta-feira (26), a comissão eleitoral anunciou que irá cancelar a votação da eleição presidencial de domingo (23) nas cidades de Beni, Butembo e áreas próximas devido a um contínuo surto de ebola e a violência de milícias.
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Essas áreas são redutos da oposição ao atual presidente Joseph Kabila e políticos locais denunciaram a medida como um esforço para influenciar a votação a favor do candidato do governo, Emmanuel Ramazani Shadary.
"Havia um grupo de manifestantes que queriam entrar no escritório da Ceni... para exigir a suspensão da decisão", disse Giscard Yere, morador de Beni. "Mas, os policiais e soldados que estavam lá atiraram para dispersar os manifestantes".
Manifestantes saquearam um centro de isolamento de ebola em Beni e é possível que pacientes tenham fugido do local, disse à Reuters Aruna Abedi, vice-diretor da agência de resposta à doença.
Os manifestantes também atacaram o escritório da agência responsável por coordenar a resposta à ebola em Beni, antes de serem contidos por agentes pacificadores da ONU, disse Abedi.
"Manifestantes tentaram forçar a porta do centro", disse Abedi à Reuters. "Eles estavam entoando canções hostis ao governo e exigindo eleições. Eles lançaram projéteis".
A eleição para substituir Kabila, que tem governado a República Democrática do Congo desde que assumiu o lugar de seu pai em 2001, deveria ter acontecido em 2016, mas tem sido repetidamente adiada.