Sri Lanka decide retomar pena de morte após 42 anos
Presidente do país assinou quatro sentenças de morte de condenados por narcotráfico. 'Será implementada em breve e já decidimos a data também'
Internacional|Da EFE
O presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, anunciou nesta quarta-feira (26) que assinou as sentenças de morte de quatro presos condenados por narcotráfico que permanecem no corredor da morte, o que põe fim a uma moratória de 42 anos no país.
"Já assinei a pena de morte para quatro (condenados). Será implementada em breve e já decidimos a data também", disse o presidente durante um encontro com a imprensa.
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Sirisena disse em repetidas ocasiões que levará adiante as execuções de prisioneiros que tenham sido condenados por crimes relacionados com drogas como parte do endurecimento da sua luta contra o narcotráfico na ilha.
Para isso, no início do ano foi realizada uma ampla convocação para recrutar um carrasco e preencher a vaga que ficou vazia durante vários anos. Apesar de mais de 100 pessoas terem se apresentado, as autoridades ainda não fizeram sua escolha.
Caso estas execuções sejam consumadas, o Sri Lanka dará fim a uma moratória de 42 anos sobre a pena de morte.
O governo do país votou para manter sua moratória na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2018.
O ativista e secretário-geral da Anistia Internacional (AI), o sul-africano Kumi Naidoo, pediu hoje em mensagem em vídeo ao presidente Sirisena que detenha seus planos de retomar a pena capital para estes quatro condenados.
"Dirijo-me ao senhor para defender a vida destas pessoas que em breve serão executadas no Sri Lanka se o senhor reviver a pena de morte", disse o ativista, que lembrou que a última sentença de morte executada no país aconteceu quando o hoje governante tinha apenas 24 anos.
Em comunicado divulgado ontem, a AI expressou preocupação com a falta de transparência em torno desta decisão da qual são desconhecidos detalhes nem sua data.
A pena de morte continua vigente na ilha para crimes como alta traição, assassinato e tráfico de drogas, embora a última autorização presidencial para aplicar a condenação tenha se dado em 1976, uma vez que na prática a pena é substituída por prisão perpétua.