Sucesso na internet da alemã que diz ser Madeleine McCann multiplica perfis fakes nas redes
Em apenas cinco dias, Julia Faustyna atraiu 400 mil seguidores para sua página no Instagram; até agora, já surgiram mais de 50 perfis
Internacional|Do R7
Ter usado as redes sociais para divulgar a suspeita de que seria a menina Madeleine McCann, que desapareceu em 2007, foi a melhor escolha feita por Julia Faustyna, 21 anos. O perfil que ela criou no Instagram no dia 14 de fevereiro (@iammadeleinemccan), em apenas cinco dias já tinha 400 mil seguidores. Em menos de dez dias, em 23 de fevereiro, a conta já era seguida por 1,1 milhão de pessoas, número que mantém até o momento.
O sucesso tem seu preço: hoje, só nessa plataforma, existem mais de 50 perfis que são praticamente cópias do criado pela jovem alemã, que vive atualmente na Polônia. Desde a identificação do usuário, a @, que tem pouquíssima diferença, até as fotos e o conteúdo dos posts, que são reproduções do que é publicado no perfil original, tudo parece ter sido feito para confundir os usuários da rede.
E a estratégia parece dar certo. O usuário da página da Julia é @iammadeleinemccan, e há na rede toda sorte de variação a partir dele: iammadeleinemcann (com apenas um 'c' e um 'n' a mais), por exemplo, é um perfil que já tem 48,4 mil usuários e foi criado há uma semana, na Bélgica, segundo as informações da seção "sobre essa conta", do próprio Instagram.
A página immadeleinemcannbackup, com 62 mil seguidores, é uma conta do Reino Unido, criada em fevereiro de 2023, e que teve o primeiro post publicado no dia 16. Outro usuário, iammadeleinemcannofficial, é do Brasil, tem 30,3 mil seguidores e a primeira publicação, em 17 de fevereiro, foi um vídeo de Julia. Na legenda, uma mensagem, em inglês, diz: "Este é o meu vídeo original, então vocês sabem que esta é a conta de backup original".
Outros perfis são: iammadeleinemeccan (com um 'e' a mais), iammadeleinemccannn (com três letras 'n'), iam.madeleinemccann (com ponto), immadeleinemcann (faltando um 'a'), iammadeleinemccanofficiall (com dois 'l'), etc..
Além de explorar a polêmica de toda a história, que tem muita visibilidade, essa prática tem objetivos financeiros. Aproveitando-se dos bons resultados relacionados a comunidade (seguidores), audiência e interação (curtidas e comentários), as páginas 'clone' tentam pegar carona e conquistar o mesmo, já que oferecem exatamente o mesmo conteúdo.
Em outras redes sociais, como o Twitter, a maioria dos perfis que tratam do caso Madeleine McCann são homenagens ou têm informações sobre as investigações. As afirmações da jovem, que acredita ser a menina que desapareceu em Portugal há 16 anos, por enquanto, geram apenas discussões entre os usuários.
O surgimento de tantos outros perfis no Instagram pode favorecer Julia, se o objetivo dela for apenas divulgar suas suspeitas, afinal, quanto mais espaço, melhor. Entretanto, se ela pensa em ganhar dinheiro com o conteúdo que está produzindo, parece que vai ter de dividir com muita gente, que está se apropriando do que ela posta, dispersando, assim, sua audiência.