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Suspeito de ataque em Paris queria vingança por charges de Maomé

Atentado com faca perto da antiga sede do jornal satírico Charlie Hebdo deixou duas pessoas feridas na última sexta-feira

Internacional|Do R7

Polícia investiga caso como terrorismo
Polícia investiga caso como terrorismo

A polícia da França está estudando um vídeo em que um homem suspeito de atacar pessoas com um cutelo na sexta-feira (25) diz que cometerá um ato de "resistência" depois da republicação de charges que zombam do profeta Maomé em uma revista satírica.

O suspeito, que é paquistanês, foi preso pouco depois de duas pessoas serem feridas diante da antiga sede da revista Charlie Hebdo. Autoridades disseram que suas roupas estavam salpicadas de sangue.

O vídeo foi encontrado no celular do suspeito, noticiou a mídia francesa. A Reuters não conseguiu autenticar a gravação de maneira independente. Uma fonte da polícia confirmou que um vídeo está sendo examinado.

No vídeo, o suspeito se identifica como Zeheer Hassan Mehmood e diz ser oriundo de Mandi Bahauddin, uma província do Punjab. Ele começa a soluçar e depois recita poesia em louvor ao profeta Maomé.


"Se pareço emotivo, permitam-me explicar: aqui, na França, as caricaturas do profeta Maomé foram feitas", diz ele em urdu. "Farei um (ato de) resistência hoje, 25 de setembro."

Seu pai o elogiou

"Meu coração está cheio de felicidade", disse Arshad Mehmood ao site de notícias Naya Pakistan na casa da família.


"Posso sacrificar todos os meus cinco filhos para proteger a honra do profeta. Ele nos ligou... e disse que o profeta de Deus o escolheu e o encarregou de matar os blasfemos."

As charges foram publicadas pela primeira vez pelo Charlie Hebdo em 2006 e levaram militantes islâmicos a atacarem a redação da revista em 2015 com um atentado que deixou 12 mortos e foi reivindicado pela Al Qaeda.


O semanário, que se mudou para um local secreto após o ataque, republicou as charges no início deste mês para assinalar o começo do julgamento de 14 pessoas com supostos laços com os assassinos do Charlie Hebdo.

Para os muçulmanos, qualquer representação do profeta é blasfema.

Usando uma túnica comprida, o suspeito disse ser guiado espiritualmente por Ilyas Qadri, clérigo sunita e fundador do Dawat-e-Islami, uma organização não-violenta que atua em todo o globo.

Qadri diz que uma pessoa que comete uma blasfêmia deveria ser entregue à polícia, mas que se outro individuo for levado pelas emoções a matar o blasfemo, a lei não deveria ser aplicada.

O Dawat-e-Islami não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

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