Logo R7.com
RecordPlus

Tempo passa mais rápido em Marte do que na Terra; saiba o motivo

Diferença diária de microssegundos alerta cientistas para desafios de comunicação e navegação interplanetárias

Internacional|Do R7

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O tempo em Marte avança mais rápido que na Terra, com uma diferença média de 477 microssegundos por dia.
  • Essa diferença é resultado de fatores gravitacionais e orbitais, conforme a Teoria da Relatividade Geral de Einstein.
  • A gravidade mais fraca em Marte e sua órbita excêntrica alteram periodicamente essa diferença, podendo variar até 226 microssegundos.
  • Essas variações podem causar problemas em sistemas de comunicação e navegação interplanetária, ressaltando a necessidade de sincronização precisa.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Tempo em Marte passa mais rápido do que na Terra Pixabay

O tempo em Marte avança ligeiramente mais rápido do que na Terra, em uma diferença média de 477 microssegundos por dia, devido a efeitos previstos pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.

O cálculo foi realizado pelos pesquisadores Neil Ashby e Bijunath Patla, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST), que analisaram como fatores gravitacionais e orbitais influenciam a passagem do tempo entre os dois planetas.


LEIA MAIS:

De acordo com o estudo, a gravidade marciana, cinco vezes mais fraca que a terrestre, contribui para acelerar o ritmo dos relógios em Marte quando comparados aos que permanecem na Terra. Além disso, a órbita do planeta vermelho, que é mais distante do Sol, mais lenta e mais excêntrica, modifica periodicamente essa diferença, que pode variar até 226 microssegundos dependendo da posição relativa entre Marte, Terra, Lua e Sol.


Embora essa mudança não seja perceptível para quem está em Marte, já que um segundo continuará parecendo um segundo, observadores terrestres notariam o avanço ligeiramente mais rápido das marcações temporais registradas no planeta vizinho. Trata-se do mesmo princípio envolvido no chamado “paradoxo dos gêmeos”, no qual um viajante espacial, ao se deslocar perto da velocidade da luz, envelhece mais devagar do que quem permanece na Terra.


Os pesquisadores ressaltam que, apesar de sutil, a diferença pode causar problemas técnicos relevantes em futuras missões e infraestrutura espacial. Sistemas de comunicação como redes 5G, por exemplo, exigem precisão de até um décimo de microssegundo. Sem sincronização adequada, transmissões de dados entre os dois mundos podem sofrer falhas.


Ashby explica que compreender essas variações é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias de navegação em outros corpos celestes, assim como ocorreu com os sistemas de posicionamento global na Terra. “Esses sistemas dependem de relógios extremamente precisos, e seus comportamentos podem ser analisados com a ajuda da Relatividade Geral”, afirmou.

Os cientistas já haviam realizado cálculos semelhantes envolvendo a Lua, concluindo que relógios instalados em sua superfície avançariam 56 microssegundos por dia em relação aos terrestres. Patla observa que o momento atual é propício para esse tipo de estudo, dado o avanço dos planos de exploração. “Estamos mais perto do que nunca de transformar em realidade a visão de ficção científica de expandir nossa presença pelo sistema solar”, disse.

Os resultados da pesquisa foram publicados em 1º de dezembro no Astronomical Journal, reforçando a importância de considerar os efeitos relativísticos na construção de uma futura infraestrutura interplanetária de comunicação e navegação.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.