Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Tensão gerada por visita de Pelosi a Taiwan 'não deve ser subestimada', diz Rússia

Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a viagem da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA foi uma 'provocação'

Internacional|Do R7, com AFP e Reuters

A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, e a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen
A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, e a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen

O Kremlin disse nesta quarta-feira que o nível de tensão provocado pelavisita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan"não deve ser subestimado".

Respondendo a uma pergunta sobre se o mundo estava mais próximo da guerra, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres que não era a favor de usar essa palavra, mas reiterou que a visita foi uma "provocação".

Ele acrescentou que nenhum contato adicional entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da China, Xi Jinping, foi acertado por causa da visita.

A chegada de Pelosi na última terça-feira (2) a Taiwan provocou uma resposta furiosa de Pequim, em um momento em que as tensões internacionais já estão elevadas devido ao conflito na Ucrânia.


A China afirmou que a viagem terá consequências. "Isto é uma completa farsa. Os Estados Unidos violam a nossa soberania sob o pretexto da chamada 'democracia'... aqueles que ofendem a China serão punidos", disse o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, à margem de uma reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Phnom Penh.

Pelosi, de 82 anos, se despediu das autoridades taiwanesas no aeroporto de Teipei e embarcou no avião militar americano que decolou às 7 horas de Brasília, de acordo com as imagens exibidas ao vivo por canais de televisão. A delegação dos EUA seguiu para a Coreia do Sul, próxima escala em sua viagem pela Ásia.


Exercícios militares

Ao mesmo tempo, o ministério chinês da Defesa prometeu "ações militares seletivas", com uma série de manobras militares ao redor da ilha que começarão na próxima quinta-feira (4), incluindo "o disparo de munições reais de longo alcance" no Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental.

Os exercícios militares representam "uma medida necessária e legítima para responder às graves provocações de alguns políticos americanos e dos independentistas taiwaneses", afirmou Hua Chunying, porta-voz da diplomacia chinesa.


Em relação à "visita de Pelosi a Taiwan, os Estados Unidos são o provocador, a China é a vítima. A provocação conjunta aconteceu primeiro, a defesa justa da China veio depois", acrescentou.

Em alguns pontos, a zona de operações chinesas ficará a menos de 20 quilômetros da costa de Taiwan, segundo as coordenadas divulgadas pelo exército do país.

Nancy Pelosi posa para foto em grupo ao chegar em Taiwan
Nancy Pelosi posa para foto em grupo ao chegar em Taiwan

O ministério taiwanês da Defesa respondeu que os exercícios violam as águas territoriais da ilha. "Esta é uma ação irracional que desafia a ordem internacional", afirmou o porta-voz do ministério, Sun Li-fang.

O Japão expressou preocupação com as manobras da China, que para Tóquio ultrapassam a zona de exclusão econômica.

Leia também

O ministério do Comércio da China também anunciou sanções econômicas, incluindo a suspensão da exportação de areia natural para Taiwan, um componente chave para a produção de semicondutores, uma das principais exportações da ilha. E a administração alfandegária chinesa também cancelou a importação de frutas e alguns peixes da região.

China e Taiwan estão separadas de fato desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha.

Washington reconheceu em 1979 o governo de Pequim como representante da China, mas prosseguiu com o apoio militar a Taiwan.

Entenda a tensão histórica entre China e Taiwan em sete pontos

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.