Teste clínico avalia remédio considerado ‘caneta emagrecedora’ para gatos
Estudo pioneiro nos EUA acompanha até 50 animais domésticos com tecnologia subcutânea de liberação prolongada
Internacional|Do R7
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Uma empresa biofarmacêutica dos Estados Unidos iniciou um ensaio inédito para tratar obesidade em gatos por meio de um implante de ação prolongada inspirado em medicamentos usados em humanos.
A OKAVA Pharmaceuticals, sediada em San Francisco, anunciou o início do estudo MEOW-1, que testa a segurança e a eficácia de uma terapia baseada em GLP-1 em felinos acima do peso.
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A iniciativa surge em meio ao aumento expressivo da obesidade entre gatos domésticos. Estimativas indicam que entre 50% e 61% dos felinos nos Estados Unidos são considerados acima do peso ou obesos, o que amplia a preocupação de veterinários e tutores diante das limitações de tratamentos baseados apenas em dieta e exercícios.
O estudo já aplicou a primeira dose do produto experimental OKV-119, um implante colocado sob a pele do animal. A tecnologia utiliza um sistema para liberar de forma contínua o exenatide — um agonista do receptor GLP-1 aprovado para diabetes tipo 2 em humanos — por até seis meses com uma única aplicação.
Os agonistas de GLP-1 atuam promovendo sensação de saciedade, retardando a digestão e auxiliando no controle da glicose. Em humanos, medicamentos dessa classe ganharam popularidade recente no tratamento da obesidade. No caso veterinário, a proposta é adaptar o mecanismo ao organismo dos gatos, usando exenatide em vez de substâncias mais comuns em versões humanas.
Até 50 gatos devem participar do MEOW-1. Os animais terão peso e indicadores de saúde avaliados após três e seis meses de acompanhamento. O estudo é registrado no banco de ensaios clínicos da Associação Americana de Medicina Veterinária e ocorre sob autorização do Centro de Medicina Veterinária da FDA, a agência reguladora dos EUA.
Segundo a OKAVA, a escolha pelo implante subcutâneo busca contornar dificuldades frequentes na administração de medicamentos em pets, como a baixa adesão a injeções diárias ou semanais. A ideia é oferecer um efeito terapêutico prolongado sem interferir de forma significativa na rotina dos tutores e na relação com os animais.
Michael Klotsman, CEO da empresa, afirmou que a restrição calórica é uma das intervenções mais conhecidas para melhorar a saúde metabólica e a longevidade dos gatos, mas também uma das mais difíceis de manter. De acordo com ele, o OKV-119 foi projetado para reproduzir efeitos fisiológicos semelhantes aos do jejum, como melhora da sensibilidade à insulina e redução da gordura corporal, sem mudanças drásticas na alimentação.
O estudo é liderado pelo veterinário Chen Gilor, da Universidade da Flórida, que descreveu o procedimento como simples: o implante é inserido sob a pele e, meses depois, a perda de peso pode ser observada. Tutores também demonstraram interesse cauteloso na abordagem, especialmente em casos de obesidade associada a doenças como diabetes.
Os resultados do MEOW-1 são esperados para o meio do ano que vem. Caso os dados sejam positivos, a empresa planeja iniciar um estudo semelhante em cães. A OKAVA estima solicitar aprovação regulatória entre 2027 e 2028, com custo projetado para os tutores em torno de US$ 100 por mês, se o produto chegar ao mercado.
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