Torpedeiros e mais: quais navios os EUA deslocaram para ação contra tráfico no Caribe e Pacífico
Washington amplia presença militar marítima na América Latina e provoca reação de Caracas e Bogotá
Internacional|Do R7
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Os Estados Unidos intensificaram a presença militar no Caribe e no leste do Pacífico, em uma ofensiva apresentada como combate ao narcotráfico. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, anunciou um novo ataque a uma embarcação no Pacífico, elevando para oito o total de botes atingidos desde o início da campanha. Segundo o balanço oficial, 34 pessoas morreram nas ações, que também ocorrem ao largo da costa venezuelana.
A iniciativa, definida pela Casa Branca como parte de um “conflito armado” com cartéis, acendeu alertas diplomáticos. O presidente venezuelano Nicolás Maduro classificou o incremento militar como “ameaça extravagante, imoral e sangrenta” e ordenou mobilização de tropas e milícias. Na Colômbia, Gustavo Petro acusou Washington de matar um pescador durante uma das investidas e chamou de volta o embaixador em Washington; em resposta, Donald Trump anunciou aumento de tarifas e corte de ajuda ao país.
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O Pentágono afirma que os deslocamentos apoiam a diretriz presidencial para “desmantelar organizações criminosas transnacionais e terroristas estrangeiras” e combater o narcoterrorismo. Segundo o porta-voz Chris Devine, a lista inclui destróieres com mísseis, cruzador de defesa aérea, navios anfíbios com fuzileiros e meios aéreos, além de um navio de suporte a operações especiais.
Entre os contratorpedeiros, o USS Jason Dunham, da classe Arleigh Burke, opera na região desde agosto. Em 4 de setembro, dois caças venezuelanos F-16 sobrevoaram a unidade num gesto de demonstração de força. O navio, com canhão de 5 polegadas, células de lançamento vertical para mísseis antiaéreos e antinavio, tubos de torpedo e sistema CIWS, pode operar helicópteros embarcados.
Também da classe Arleigh Burke, o USS Gravely foi enviado em março para áreas no Caribe e costas do sul dos EUA, após a declaração de emergência na fronteira. O deslocamento chamou atenção por empregar um destróier em missão normalmente conduzida por autoridades de fronteira e pela Guarda Costeira. Em meados de agosto, o navio foi flagrado no Caribe.
O componente anfíbio é liderado pelo USS Iwo Jima. O grupo navega com os docas-anfíbios USS San Antonio e USS Fort Lauderdale, capazes de levar até 4,5 mil marinheiros e fuzileiros navais, lançar aeronaves MV-22B Osprey e caças AV-8B Harrier II, além de LCACs para operações de desembarque.
O USS San Antonio, líder de sua classe, tem desenho com assinaturas reduzidas e capacidade para mais de 300 tripulantes e 600 militares embarcados. Já o USS Fort Lauderdale, da mesma classe, reforça as operações de transporte de tropas e veículos, inclusive com uso de embarcações de colchão de ar. Ambos foram confirmados em operação na bacia caribenha em outubro.
No setor de superfície leve, a Marinha lançou seu Freedom-class LCS USS Minneapolis-St. Paul na primeira missão ao Caribe. A unidade zarpa com o esquadrão HSM-50, voando com um helicóptero MH-60R Seahawk para guerra antissubmarino e combate de superfície.
Pelo lado da defesa aérea e de área, o cruzador USS Lake Erie, classe Ticonderoga, transitou do Pacífico mexicano ao Caribe após retorno do Indo-Pacífico no início do ano. A unidade, com longo histórico de missões de estabilidade regional, cruzou o Canal do Panamá em agosto e foi confirmada na zona de operações em outubro.
Outro Arleigh Burke destacado foi o USS Sampson, que atuou com a Guarda Costeira em interdição no Pacífico em junho, e depois deixou o local. Sua vaga passou ao USS Stockdale, descrito por publicações especializadas como um dos navios mais testados em combate recente, após repelir múltiplos ataques houthis no Mar Vermelho. O Stockdale atravessou o Canal do Panamá em setembro e foi confirmado no Caribe em meados de outubro.
A presença mais discreta é a do MV Ocean Trader, embarcação mercante convertida para apoiar operações especiais, sem marcas navais e com baixa visibilidade pública. O navio funciona como base-mãe com alojamentos, centro de comando e convés para helicópteros, típico de missões de Guerra Naval Especial. Relatos indicaram sua atuação no Caribe no fim de setembro.
Com destróieres armados, grupo anfíbio completo, cruzador e meios de operações especiais, Washington sinaliza persistência na campanha marítima antidrogas. Ao mesmo tempo, cresce o custo político: protestos de governos vizinhos, tensão com Caracas, atritos com Bogotá e pressão no Capitólio por transparência jurídica.
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