Tribunal russo ordena prisão de jornalista que protestou contra guerra ao vivo na TV
Marina Ovsyannikova, que já foi presa neste ano, fugiu da Rússia e está em algum outro país europeu
Internacional|Do R7
Um tribunal russo ordenou nesta quinta-feira (20) a prisão da jornalista Marina Ovsyannikova, disse a agência de notícias Interfax, mais de seis meses depois que ela exibiu ao vivo um cartaz dizendo que o Kremlin estava mentindo sobre a guerra na Ucrânia.
Ovsyannikova já fugiu da Rússia, disse seu advogado nesta semana, depois de se recusar a cumprir as medidas de prisão domiciliar às quais foi submetida.
"Em relação a Ovsyannikova, o tribunal ordenou que ela fosse mantida sob custódia por um mês e 29 dias, imposta a partir do momento em que a acusada é extraditada para a Federação Russa ou desde o momento de sua prisão na Federação Russa", afirmou a Interfax citando funcionários do tribunal.
A agência disse que o tribunal recusou um pedido no início deste mês dos investigadores para emitir um mandado de prisão.
Ovsyannikova já havia sido submetida a prisão domiciliar sob a alegação de que ela havia espalhado informações falsas sobre as Forças Armadas, depois de ter organizado um protesto solitário perto do Kremlin. As forças de segurança invadiram sua casa em agosto.
A jornalista pode pegar até dez anos de prisão devido às regras de divulgação de informações falsas aprovadas pelo Parlamento após o início do conflito, em 24 de fevereiro. Neste mês, ela disse em uma publicação online que fugiu porque não tinha que responder ao caso.
Nascida na Ucrânia, Ovsyannikova invadiu a plataforma de estúdio da televisão russa First Channel durante uma transmissão ao vivo em março segurando um cartaz que dizia: "Sem guerra. Pare com a guerra".
Ela foi inicialmente multada por sua manifestação.