Trump acreditava que Maduro já teria caído diante das ameaças de ataque, avalia professora
Presidente venezuelano, que ordenou escolta militar em navios, é apoiado por Rússia e China
Internacional|Do R7
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O presidente Nicolás Maduro determinou que os navios da Venezuela recebam escolta militar, segundo informações do jornal The New York Times. A medida seria uma resposta a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que ordenou nesta terça-feira (16) que a Marinha norte-americana bloqueie todos os petroleiros alvos de sanção econômica que entram e saem dos domínios venezuelanos.
Em entrevista ao Jornal da Record News, a professora de relações internacionais Regiane Bressam avalia que o republicano apostava que as ameaças feitas até então à soberania do país sul-americano seriam suficientes para derrubar o regime de Maduro. No entanto, o líder da Venezuela tem trabalhado para converter a pressão em apoio doméstico e internacional.
“Países aliados como Rússia e China já demonstraram apoiar Nicolás Maduro e a comunidade internacional vem se colocando contrária ao tipo de ameaça dos Estados Unidos. A Alemanha também se posicionou contra os Estados Unidos e com isso a escalada só tende a aumentar”, diz.

No momento, invadir o território por via terrestre implicaria em custos para Trump, a considerar o apoio militar russo e chinês. “Por outro lado, se Trump desiste, ele também tem um custo de desistir perante tantas ameaças e enfrentar tão veementemente a Venezuela”, pondera a especialista em América Latina.
Regiane destaca que, ainda que o presidente dos Estados Unidos utilize o argumento de combate ao narcotráfico, a Venezuela “está longe de ser um dos primeiros países mais envolvidos no crime organizado”. Ela cita, como exemplos de alvos de maior concentração das atividades criminosas, a Colômbia e o México.
Trump fala em “voltar a instalar a democracia”, mas o real interesse norte-americano seria o acesso às reservas de petróleo venezuelano, ela argumenta. A professora faz um comparativo com a situação que levou à invasão do Iraque, em 2003, e aponta a dificuldade de obtenção do combustível diante dos problemas em relação à guerra na Ucrânia, por exemplo.
Ela afirma que o governo Trump deve apostar em várias frentes no conflito com o país sul-americano. “Nos surpreendeu quando eles publicaram um documento em que revela qual será a estratégia militar dos Estados Unidos para a América Latina no próximo ano. Enquanto a gente achava, no começo deste ano, que a relação seria muito pragmática com a região, nós estamos vendo que os Estados Unidos querem voltar a ter influência inclusive militar na América Latina”.
Os Estados Unidos devem buscar aliados no continente, como El Salvador, Argentina e, em vista das eleições recentes, o Chile. Ainda que não haja incursão por terra, pontua, sempre há os dissidentes do governo venezuelano, ou mesmo parte da sociedade civil — como a Nobel da Paz María Corina Machado — onde Trump pode encontrar suporte. “Certamente os Estados Unidos também vão apoiar a oposição na Venezuela”, conclui.
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