O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (21) um memorando que busca excluir os imigrantes indocumentados do censo, decisão que pode mudar a distribuição dos membros da Câmara dos Representantes em cada estado.
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"Sobre a nova distribução de representantes depois do censo de 2020, é política dos EUA excluir da base de distribuição os estrangeiros que não se encontram em situação de imigração legal", estabelece o memorando assinado pelo mandatário e divulgado pela Casa Branca.
A decisão pode abrir uma nova batalha judicial sobre o censo do país, que já foi alvo de impasses após o governo Trump ter tentado incluir uma polêmica pergunta sobre a cidadania no ano passado.
O governo voltou atrás após a Suprema Corte ter decidido contra a pergunta, concluindo que não foi apresentada uma razão adequada para acrescentar a questão.
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No memorando desta terça-feira, o governo explica que, para distribuir os representantes nos estados, a Constituição exige que a população seja contada de dez em dez anos.
"O meu governo não apoiará a concessão de representação no Congresso a estrangeiros que entrem ou permaneçam no país ilegalmente, porque fazer isso criaria incentivos perversos e minaria o nosso sistema de governo", argumentou Trump em declaração após o memorando.
O presidente frisou que a determinação "reflete uma melhor compreensão da Constituição e é coerente com os princípios" da democracia.
"Havia um tempo em que se podia declarar com orgulho: 'Sou um cidadão dos Estados Unidos'. Mas agora, a esquerda radical está tentando apagar a existência deste conceito e esconder o número de estrangeiros ilegais no nosso país", opinou.
Os últimos números do Departamento de Segurança Nacional indicam que existem atualmente 12 milhões de imigrantes indocumentados no país.