Trump ataca via redes sociais o promotor e a juíza do caso do ataque ao Capitólio
O ex-presidente dos EUA atacou o promotor especial Jack Smith e a juíza Tanya Chutkan na Truth Social, rede criada pelo republicano
Internacional|Do R7
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump atacou, nesta segunda-feira, o promotor especial que o investiga, Jack Smith, e a juíza Tanya Chutkan, responsável pelo caso em que acusa o republicano de tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020.
As mensagens de Trump, na rede social criada por ele, Truth Social, chegam horas antes de seus advogados responderem a um pedido da Promotoria para que o ex-presidente não compartilhe informações sigilosas sobre o caso nas redes sociais.
Especificamente, os promotores querem que Chutkan, do tribunal do Distrito de Columbia, emita uma "ordem de proteção" impedindo Trump de compartilhar nas redes sociais informações sobre testemunhas e outras provas que a promotoria apresentará durante o processo judicial.
Os advogados de Trump se oporão a esse pedido e terão até às 17h (horário local; 18h de Brasília) para apresentar seus argumentos por escrito perante a juíza.
Na Truth Social, Trump adiantou o argumento de sua defesa e afirmou que qualquer tentativa de silenciá-lo violaria a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão.
"Não, eles não deveriam impor uma ordem de proteção a mim porque estaria violando meu direito à LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Em vez disso, deveriam fazê-lo com o perturbado Jack Smith e o Departamento de Injustiça, já que estão vazando informações ilegalmente em todos os lugares", disse Trump.
O ex-presidente não ofereceu nenhuma prova para respaldar suas acusações contra Smith, enquanto o gabinete do procurador especial tem operado em segredo nos últimos meses.
Na semana passada, Smith pediu à juíza que limitasse a capacidade de Trump de compartilhar informações nas redes sociais depois que o republicano fez uma ameaça na sexta-feira. "Se vierem atrás de mim, eu irei atrás de vocês!", escreveu.
Na última quinta-feira, Trump compareceu perante o tribunal federal do Distrito de Columbia, no qual se declarou inocente dos quatro crimes de que é acusado por tentar reverter a eleição de 2020, na qual perdeu para o atual presidente, Joe Biden, e por ter instigado o ataque ao Capitólio.
É a terceira acusação criminal contra o ex-presidente, processado também em Nova York, por subornar a atriz pornô Stormy Daniels, e em Miami, por ter levado ilegalmente documentos sigilosos após deixar a Casa Branca.
Apesar dos processos judiciais contra ele, a popularidade de Trump não diminuiu e ele continua sendo o grande favorito nas primárias republicanas para as eleições de 2024, quando aspira enfrentar Biden novamente.