Trump contraria inteligência e diz que Rússia não espiona mais os EUA
Presidente dos EUA vai contra o que diz seu próprio diretor nacional de inteligência e afirma que nenhum outro presidente foi tão 'duro' com a Rússia
Internacional|Fábio Fleury, do R7, com Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (18) que não acredita que a Rússia continua a tentar interferir em eleições norte-americanas. A declaração dele contradiz avaliações de diversas agências de inteligência do país, que prevêem que os russos têm interesse na eleição parlamentar de novembro.
Na terça-feira, Trump tinha tentado voltar atrás em uma declaração feita por ele na véspera em apoio ao presidente russo, Vladimir Putin, contrariando agências de inteligência norte-americanas, sobre a interferência russa na eleição de 2016.
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Perguntado nesta quarta-feira se a Rússia ainda estaria mirando os Estados Unidos, Trump disse: "Não".
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Declarações contrárias
As declarações de Trump são contrárias ao que seu próprio diretor nacional de inteligência, Dan Coats, disse na última sexta-feira. Segundo ele, "os sinais de alerta estão aí. Hoje, a infraestrutura digital que atende este país está literalmente sob ataque. Acredito que estamos em um ponto crítico".
Na segunda-feira, depois que Trump disse em coletiva ao lado do presidente russo Vladimir Putin que não acreditava que a Rússia tivesse interferido na eleição de 2016, Coats voltou a se manifestar.
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"Temos sido claros em nossas conclusões sobre a interferência russa na eleição de 2016 e seus esforços contíunos para solapar nossa democracia. Vamos continuar a fornecer informações imparciais e objetivas em prol de nossa segurança nacional", afirmou o diretor.
'Duro' com a Rússia
Além de contrariar o que as agências de seu próprio governo estão alertando, Trump também disse no fim coletiva desta quarta-feira que nenhum outro governo foi tão 'duro' com a Rússia.
Segundo a CNN, ele afirmou que Putin "entende isso e não está feliz com isso e não deveria mesmo, porque nenhum outro presidente jamais foi tão duro com a Rússia quanto eu tenho sido", enquanto funcionários da Casa Branca pediam que a imprensa deixasse a sala.