Trump critica Porto Rico perto da chegada do furacão Dorian

Trump, que tem um histórico de disputas com líderes portorriquenhos, foi criticado pela reação morna aos furacões que assolaram Porto Rico em 2017

28/08/2019 - 18h04 (Atualizado em 20/04/2024 - 12h59)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou Porto Rico nesta quarta-feira (28) como "um dos lugares mais corruptos da Terra" no momento em que o território se prepara para ser atingido pelo furacão Dorian, que lembrou a ilha da devastação causada por furacões dois anos atrás.

Porto Rico ainda se esforça para se recuperar de furacões consecutivos em 2017, que mataram cerca de 3 mil pessoas, poucos meses depois de o território norte-americano pedir falência.

O Dorian se aproxima de Porto Rico pelo sudeste e deve ser tornar um furacão em breve à medida que ruma para a Flórida, Estado que pode atingir na forma de um grande furacão.

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Depois de aprovar uma declaração de emergência para o território na noite de terça-feira (27), Trump criticou Porto Rico duramente em um tuíte na manhã desta quarta-feira (28).

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"Porto Rico é um dos lugares mais corruptos da Terra. Seu sistema político está falido e seus políticos são ou incompetentes ou corruptos. O Congresso aprovou bilhões de dólares da última vez, mais do que qualquer outro lugar já recebeu, e isso é destinado a eleições desonestas. Nada bom!", tuitou Trump.

Trump tem um histórico de disputas com líderes portorriquenhos. Ele foi criticado severamente pela reação morna aos furacões que assolaram Porto Rico em 2017.

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Sediado em Miami, o Centro Nacional de Furacões (NHC) disse que a Dorian tinha ventos máximos contínuos de 110 quilômetros por hora e que estava cerca de 40 quilômetros ao sudeste da ilha de Santa Cruz na manhã desta quarta-feira (28).

Veja também: Um ano depois do furacão Maria, Porto Rico segue em reconstrução

Há exatamente um ano, o furacão Maria atingiu com força a ilha de Porto Rico. Tanta força, que o rastro de destruição pode ser visto até hoje. Nesta praia em Luquillo, a cerca de 40 quilômetros da capital San Juan, o banco de reservas de um estádio de beisebol ainda está na areia, onde a tempestade o jogou

Com ventos de mais de 250 km/h, o furacão causou estragos que ainda vão custar bilhões de dólares para serem consertados. A rede elétrica da ilha foi tão danificada que muitos moradores permaneceram no escuro durante meses após a passagem da tempestade

No fim do mês passado, o governo de Porto Rico admitiu pela primeira vez que o número de mortes que aconteceram em decorrência da passagem do furacão foi muito maior do que as 64 que os EUA utilizaram durante muito tempo como estatística oficial. A conta chega a quase 3 mil mortes

A maioria das mortes foi causada pela destruição da infraestrutura de Porto Rico, que causou interrupção de tratamentos de saúde e cortou o acesso de boa parte da população a remédios, comida, energia elétrica e telefonia, além de dificultar a atuação de equipes de saúde em emergências. Muitas estradas ainda estão sob reparos

O próximo furacão que aparece na lista é também o mais recente. O Maria se deu em meados de setembro de 2017 em Porto Rico, uma ilha caribenha que pertence ao território dos Estados Unidos. Assim como o Katrina, o Maria também alcançou a categoria 5 no Atlântico. O número de mortes diretas e indiretas atribuídas ao fenômeno foi estimado em cerca de 2.975

A destruição causada pelo furacão Maria foi tamanha que 83% das residências de Porto Rico estavam sem energia elétrica no fim de 2017. Os danos causados pela chuva e os ventos foram avaliados em mais de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 413 bilhões)

As casas que permaneceram de pé depois da passagem do furacão tiveram os telhados arrancados. Muitas delas continuam apenas com lonas, porque as famílias não têm condições de reconstruir as coberturas levadas pela ventania

De acordo com o governo de Porto Rico, 87.094 casas foram totalmente destruídas pelo Maria. Outras 385.703 foram danificadas severamente

Luis de Jesus, 51, ainda não conseguiu reconstruir a casa onde viveu durante anos. Ele e a esposa moram em um apartamento pago pela Fema (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências dos EUA), enquanto ele tenta recuperar documentos da propriedade que um dia pertenceu a seu pai. Outros 3.500 porto-riquenhos vivem na mesma situação de Luis um ano depois da passagem do Maria

Há exatamente um ano, o furacão Maria atingiu com força a ilha de Porto Rico. Tanta força, que o rastro de destruição pode ser visto até hoje. Nesta praia em Luquillo, a cerca de 40 quilômetros da capital San Juan, o banco de reservas de um estádio de ...