Trump diz que EUA voltaram a ocupar uma posição de destaque desde que tomou posse

“11 meses atrás, eu herdei um desastre. Agora estou consertando ele.” disse Donald Trump nesta quarta (17) durante um pronunciamento público feito à noite, onde avaliou o primeiro ano de governo desde que voltou à Casa Branca. No discurso, destacou as tarifas e disse que no próximo ano o povo verá os efeitos que elas trarão. Ele também afirmou que conseguiu controlar a imigração ilegal, acusou países estrangeiros de enviar drogas e criminosos aos Estados Unidos, citou o preço militar contra o tráfico internacional e declarou que oito conflitos foram encerrados durante a gestão dele.

No encerramento, anunciou o pagamento de um bônus Natal para militares americanos e disse que os Estados Unidos voltaram a ocupar uma posição de destaque e respeito no cenário internacional. O professor de direito e relações internacionais da Universidade de Franca (Unifran), Kleber Galeirani, discorda. “Observamos aí que o cenário não está muito favorável para Donald Trump. Os índices de aprovação econômica estão baixos, temos também um ambiente político interno bastante tenso e durante o discurso, restou a ele exaltar algumas vitórias, fazer poucos anúncios e construir uma narrativa política para as eleições de meio de mandato de 2026”

Galeirani afirma que durante todo o anúncio do presidente não houve menções de novos pacotes de políticas para enfrentar problemas que estão sendo muito discutidos nos EUA, como o custo de vida, a inflação persistente e a percepção econômica da população. Ele lembra da baixa aprovação que Trump tem recebido. Segundo pesquisas, somente 33% dos americanos aprovam a gestão econômica do país. O professor enxerga o discurso do presidente como um esforço para reposicionar o líder e o partido Republicano frente aos eleitores, ao mesmo tempo que impõe a culpa dos desafios enfrentados no antecessor, Joe Biden.

O professor acredita que embora Trump consiga recuperar as esperanças de alguns eleitores ao focar nas conquistas do mandato, há um risco de ampliar a distância entre a percepção pública e os indicadores econômicos reais, o que criaria “um vácuo de confiança no eleitorado geral”. Ele resume: “Isso foi mais um palco estratégico para poder reformular a narrativa econômica e revitalizar o capital político diante de uma opinião pública que ainda sente o peso da inflação e da incerteza.”

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