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Trump diz que Hamas deve se mover rápido, ou acordo de paz será anulado: ‘Não tolerarei atrasos’

Trump acrescentou que ‘aprecia a pausa temporária de Israel nos bombardeios’ em Gaza

Internacional|Do Estadão Conteúdo

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Donald Trump afirma que o Hamas deve agir rapidamente para libertar reféns israelenses em Gaza.
  • Trump aprecia a pausa temporária de Israel nos bombardeios para avançar no acordo de paz.
  • A proposta de paz de Trump sugere um comitê tecnocrata para governar Gaza sob supervisão internacional.
  • Especialistas alertam que o plano não resolve questões centrais e depende da aceitação do Hamas e de Israel.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Donald Trump
Donald Trump cobra ação rápida de terroristas do Hamas Daniel Torok/Official White House Photo - 23.9.2025

O presidente americano, Donald Trump, afirmou neste sábado (4) que o grupo terrorista Hamas deve se mover rápido para libertar os reféns israelenses na Faixa de Gaza, sob risco de desmantelar o acordo de paz mediado pelos EUA.

“O Hamas precisa agir rapidamente, ou então tudo estará perdido. Não tolerarei atrasos, que muitos acreditam que acontecerão, nem qualquer resultado em que Gaza represente uma ameaça novamente. Vamos fazer isso, RÁPIDO. Todos serão tratados com justiça!”, escreveu Trump em uma rede social.


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Trump acrescentou que “aprecia a pausa temporária de Israel nos bombardeios” em Gaza para “dar liberdade aos reféns e uma chance de completar o acordo de paz”.

Contudo, segundo a Associated Press, os bombardeios na cidade de Gaza ainda não cessaram completamente, embora tenham reduzido sua escala “significativamente”, conforme relatos de hospitais da região.


Obstáculos da proposta

Pela proposta de 20 pontos de Trump, Gaza ficaria “sob a governança transitória temporária de um comitê palestino tecnocrata e apolítico, responsável pela administração diária dos serviços públicos e municípios”, mas o comitê seria supervisionado por um novo órgão internacional transitório, liderado por Trump, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, e “outros membros e chefes de Estado a serem anunciados”.

Especialistas explicam que a proposta de Trump exige o desarmamento do Hamas, contudo, o grupo condiciona a medida ao fim da ocupação israelense.


“O plano não resolve questões centrais, como fronteiras, o status de Jerusalém, direito de retorno. Portanto, não é uma paz definitiva. É um primeiro passo”, explica Vitelio Brustolin, professor de relações internacionais da UFF (Universidade Federal Fluminense) e pesquisador de Harvard.

“Mesmo que o Hamas entregue a administração formal, as suas estruturas militares podem permanecer e reagir se sentirem traídos em algum momento”, ele acrescenta.


Brustolin explica dois pontos principais:

  • Os práticos: um cessar fogo imediato com a troca de reféns e prisioneiros e a entrada em grande escala de ajuda humanitária e início da reconstrução.
  • Os mais difíceis: o desarmamento do Hamas, garantias de longo prazo, aceitação política interna em Israel e o reconhecimento da Palestina.

Para Karina Calandrin, professora no Ibmec e pesquisadora de pós-doutorado do Instituto de Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo), é pouco provável que o plano avance de forma integral.

Ela explica que o acordo depende da aceitação não só do Hamas, mas também de Israel, que tem fortes reservas sobre ceder qualquer espaço político ao grupo.

“O que pode dar errado é justamente a falta de garantias concretas: quem garantiria segurança, reconstrução e governança em Gaza?”, a professora destaca.

“A partir de agora, a tendência é que a proposta seja usada como instrumento político, tanto pelo Hamas, que pode mostrar disposição a negociar, quanto por Trump, que tenta projetar liderança internacional”, acrescentou.

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