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Trump é 'moralmente inapto' para ser presidente, diz ex-diretor do FBI

James Comey, que foi demitido por presidente em maio de 2017, falou ainda sobre as relações de Trump com a Rússia e sobre um possível impeachment

Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7, com agências internacionais

Comey falou sobre Trump em entrevista à rede de notícias ABC
Comey falou sobre Trump em entrevista à rede de notícias ABC REUTERS/Carlos Barria e Jonathan Ernst/File Photos

O ex-diretor do FBI, James Comey, afirmou em entrevista neste domingo (15) à rede americana de notícias ABC que Donald Trump é "moralmente inapto" para ser presidente dos Estados Unidos.

"Uma pessoa que vê equivalência moral em Charlottesville, que fala das mulheres e as trata como se elas fossem pedaços de carne, que mente constantemente sobre assuntos grandes e pequenos e insiste que o povo americano acredita nisso, essa pessoa não está moralmente apta para ser presidente dos Estados Unidos", disse Comey.

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A entrevista veiculada pela ABC foi a primeira aparição midiática de Comey desde que ele foi demitido por Trump, em maio de 2017 — quando o FBI conduzia uma investigação sobre a possível interferência da Rússia nas eleições americanas e na campanha de Trump em 2016.

Em conversa com o jornalista George Stephanopoulos, Comey — que se prepara para lançar um livro de memórias sobre sua convivência com o atual presidente americano — declarou ainda que "é possível" que os russos detenham informações sobre Trump que poderiam comprometê-lo. 


O livro "A Higher Loyalty" ("Uma lealdade superior", em tradução livre) deve ser lançado nesta terça-feira (17), mas, recentemente, a imprensa norte-americana revelou alguns trechos da publicação em que Comey chama Trump de mafioso, antiético e de não prezar pela verdade. Ele ainda revelou que o governo do republicano é movido pelo ego e pela lealdade pessoal.

Obstrução de Justiça


Na entrevista à ABC, Comey revelou que o presidente dos Estados Unidos pode ter praticado obstrução de Justiça quando pediu a ele que parasse de investigar o ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn. "Certamente é alguma evidência de obstrução da Justiça. Dependerá de outras coisas que aconteceram em consequência de sua tentativa", revelou o ex-diretor do FBI. Além disso, Comey admitiu que a democrata Hillary Clinton tinha chances de vencer as eleições presidenciais e isso o influenciou a conduzir uma investigação sobre ela.

"Não recordo de ter afirmado, mas tinha que ser assim, porque ela seria eleita presidente e se eu escondesse isto do povo americano, ela seria ilegítima no momento em que fosse eleita, no momento que isto fosse revelado", disse Comey, ao falar sobre a reabertura da investigação que revelou o uso por parte da democrata de um servidor privado para trocas de e-mails.


Demissão de Mueller

Ao ser questionado sobre uma possível demissão do promotor especial Robert Mueller — que é quem comanda atualmente as investigações sobre a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016 —, Comey respondeu que este seria o "mais sério ataque às leis" por parte de Trump até agora.

Comey ainda declarou que não quer ver Donald Trump sofrendo um impechment porque isso confundiria os americanos: "As pessoas neste país precisam se levantar, ir às cabines eleitorais e votar em seus valores. O impeachment, de certa forma, causaria um curto-circuito", completou. O ex-diretor do FBI concluiu a entrevista dizendo que um presidente dos Estados Unidos "deve incorporar respeito e aderir aos valores que estão no centro deste país. O mais importante é a verdade. Este presidente não é capaz de fazer isso".

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