Trump faz guerra psicológica na Venezuela, mas intervenção direta ‘não pode ser descartada’; veja análise

Os Estados Unidos apreenderam um navio petroleiro na costa da Venezuela nesta quarta-feira (10). O governo divulgou imagens da ação, anunciada pelo presidente Donald Trump. Em entrevista ao Conexão Record News, o professor de política internacional Paulo Velasco sinaliza para um aumento da pressão norte-americana na região.

“Temos visto os Estados Unidos se valendo de uma série de medidas desde o início do ano, que compõem o que a gente pode chamar, pelo menos até aqui, de guerra psicológica quanto ao governo de Nicolás Maduro, de modo justamente a tornar a sua manutenção no cargo quase que inviável”, diz o especialista.

Velasco não acredita que o objetivo de Trump seja uma intervenção militar direta, embora argumente que essa “não possa ser uma opção descartada”, tendo em vista a escalada de tensões. A apreensão do petroleiro, porém, faria parte dessa estratégia de coerção psicológica.

Ele recapitula as últimas ações de Washington que configuram a ofensiva ao governo venezuelano: “Já tivemos a elevação do prêmio por informações que levam à captura do Maduro no meio do ano. Tivemos depois a caracterização mais ampla da Venezuela como narcoestado e tem havido uma série de ações militares americanas contra embarcações supostamente tripuladas por narco-traficantes ali no Caribe”.

Vale lembrar que a Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo do planeta, o que atrai a atenção de grandes potências como os Estados Unidos. “Isso impacta economicamente a Venezuela, mais um fator que desestabiliza o governo Maduro, trazendo um cenário de incerteza para as próximas semanas”, afirma Velasco.

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