Trump: operação do FBI contra seu advogado é 'ataque ao país'
FBI cumpriu mandados de busca nos escritórios de Michael Cohen, advogado de Trump que pagou por silêncio de ex-atriz pornô
Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais
Na tarde desta segunda-feira (9), homens do FBI cumpriram mandados de busca e apreensão nos escritórios e na casa do advogado e amigo do presidente norte-americano Donald Trump, Michael Cohen, em Nova York. Ao saber do ocorrido, Trump chamou a operação de "um ataque ao país" e de "caça às bruxas".
Cohen é o responsável pelo acordo com a ex-atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, para que ela não falasse publicamente sobre um caso que teria tido com o presidente norte-americano em 2006.
Revolta de Trump
Reunido com seu gabinete em Washington, Trump disse à imprensa que a busca era uma perseguição e criticou o procurador-geral do país, Jeff Sessions, que se desligou do comando da investigação por ter feito negociações anteriores com russos.
"Acabei de saber que eles entraram nos escritórios de um dos meus advogados pessoais, um bom homem, e essa situação é uma desgraça. Uma caça às bruxas. É um verdadeiro ataque contra o país, contra tudo o que defendemos", afirmou Trump na Casa Branca.
Leia também
O presidente também criticou a investigação, conduzida pelo procurador-especial Robert Mueller, por não mirar no que ele chamou de "crimes" de sua adversária na eleição, Hillary Clinton. Perguntado se poderia demitir Mueller, ele disse apenas "vamos ver o que acontece".
Trump afirmou que o procurador-geral Sessions "cometeu um erro terrível quando se declarou impedido de comandar a investigação". O presidente deu a entender que teria escolhido outra pessoa para a função.
Buscas nos escritórios
Durante a tarde, cerca de 12 homens do FBI cumpriram mandados de busca em escritórios utilizados por Michael Cohen em Nova York. Segundo fontes ouvidas pela CNN, os agentes buscavam documentos que comprovassem a ligação de Cohen com Stormy Daniels.
Daniels, cujo nome real é Stephanie Clifford, alega que teve um caso com Trump há mais de dez anos. Durante a campanha eleitoral em 2016, ela assinou um acordo para não divulgar informações sobre o relacionamento com o então candidato republicano.
No mês passado, no entanto, ela entrou com um processo contra Trump, alegando que ele jamais assinou o acordo e se prontificou a devolver 130 mil dólares (cerca de R$ 444 mil) que havia recebido de Cohen.
A busca desta segunda foi conduzida pela força-tarefa do procurador especial Robert Mueller, que investiga possíveis ligações entre a campanha de Trump e a Rússia. O pagamento feito à atriz seria ilegal de acordo com as leis norte-americanas.