Trump ordena retirada total das tropas dos EUA do norte da Síria
Medida, que vai tirar 1000 soldados dos EUA da região, deve abrir o caminho para ataques ainda mais pesados da Turquia contra os curdos
Internacional|Da EFE
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, anunciou neste domingo (13) que o presidente Donald Trump ordenou a retirada total das tropas americanas do norte da Síria, região onde as forças militares da Turquia vêm atacando os curdos desde a semana passada.
"Ontem à noite falei com o presidente depois de conversar com o resto da equipe de segurança nacional, e ele me indicou que começássemos a retirar deliberadamente as forças do norte da Síria", disse Esper em entrevista ao programa "Face the Nation", da rede de televisão "CBS".
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Trump ordenou a retirada dos cerca de 1.000 soldados americanos que ficavam no norte da Síria depois de saber que a Turquia tem a intenção de expandir seu ataque "mais ao sul do que o planejado originalmente e a oeste", segundo Esper.
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O chefe do Pentágono explicou que há sinais de que as Forças Democráticas Sírias (FSD), a aliança de milícias liderada pelos curdos e que foi um importante aliado dos Estados Unidos no combate ao Estado Islâmico (EI) "estão tentando fechar um acordo" com o regime sírio e o governo da Rússia para realizar um contra-ataque no norte.
O anúncio desta retirada completa foi feito dois dias depois de Esper prometer em entrevista coletiva que os Estados Unidos não "abandonariam" os aliados na campanha contra o EI.
Também hoje, as autoridades curdas afirmaram que 785 estrangeiros ligados ao EI fugiram após um ataque ao campo de detenção de Ain Issa, controlado pelas FSD no nordeste do país.
As autoridades curdas afirmaram ainda que tiveram que reduzir o número de guardas que tinham no local — para vigiar os 12 mil jihadistas e os cerca de 70 mil familiares de membros do EI que alegam estar sob seu controle em prisões e campos de detenção — para se defenderem dos turcos e pró-turcos.
Por outro lado, Trump anunciou hoje que os Estados Unidos vão impor "poderosas sanções" contra a Turquia, após a incursão na fronteira da Síria ganhar força.
A invasão alcança praticamente todos os 480 quilômetros de extensão da fronteira controlados pelos curdos, especialmente nas cidades de Ras al Ain e Tell Abiad, onde ocorrem constantes bombardeios aéreos e de artilharia.
A Turquia quer tirar dos curdos o controle de 480 quilômetros de comprimento e 30 quilômetros de largura do que chamou de "zona de segurança" para tirar de lá as FSD e seu principal integrante, as Unidades de Proteção do Povo (YPG), consideradas pelo país uma organização terrorista ligada à guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).