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Turcos passam fome e frio entre as ruínas do terremoto

A população presente nas áreas afetadas ainda não teve tempo para se recuperar, e a situação só piora 

Internacional|Larissa Crippa*, do R7

Turcos em Berlin separam doações para enviar ao seu povo
Turcos em Berlin separam doações para enviar ao seu povo

O terremoto da última segunda-feira (6) na Turquia e na Síria deixou mais de 5.000 mortos, além de incontáveis feridos. Pessoas estão desaparecidas, e ainda se escutam vítimas embaixo dos escombros. Mas essa não é a única preocupação do momento.

Os sobreviventes, abrigados em hotéis, postos de saúde ou até entre becos nas ruas, ainda estão vivendo em tormento. Na Turquia, de acordo com testemunhas, a população encara um frio congelante, sem infraestrutura suficente nem comida. Ainda não se sabe muito sobre a Síria, mas estima-se que a situação esteja parecida com a de sua vizinha. 

Os comércios não estão abrindo as portas, e as pessoas não sabem como conseguir alimento, pois têm medo de adentrar prédios ou retornar a sua residência.

Dezenas de famílias na Turquia estão se abrigando no hotel Hilton, que possui estruturas relativamente mais seguras para a ocasião. Muitas crianças, dormindo ou brincando, não parecem perceber o que está por vir, mas seus pais temem por elas, porque a fome vai apertar.


"Chegamos aqui ontem às 15h. O hotel nos deu sopa à noite, mas a noite já passou. Estamos com fome, e as crianças também", contou Imam Çaglar à AFP, em um desabafo desesperado.

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"As padarias estarão fechadas hoje, não sei como vamos arranjar pão", continua, "Moramos no 1º andar de três. Temos muito medo de voltar", confessa, balançando a cabeça. "Nosso prédio não é nada seguro."


Imam e sua família moram a algumas ruas de distância, mas a possibilidade de perambular pelo bairro está fora de questão. Esse também é o caso de Mehmet Çilde, que precisa alimentar seus seis filhos mas não tem coragem de sair.

"A gente recebe só um copinho de sopa, não dá", reclama Mehmet. "Não temos nenhuma informação, nada." As pessoas estão completamente no escuro, e o que resta é aguardar a distribuição de alimentos pela prefeitura.


Enrolados em gorros e mantas, todos esperam que a ajuda esteja a caminho. Filiz Çifçi perdeu a distribuição de sopa realizada ontem e conta que fugiu com seus três filhos no meio da noite, com apenas três cobertores e seus telefones.

Sem comer há mais de 24 horas, a mulher ainda tenta se manter positiva, "Pelo menos aqui a água é potável", diz. 

Diversos países estão mobilizando recursos para ajudar a população afetada, e o esperado é que essa agonia seja reduzida em breve. Em Berlim, que tem a maior população turca fora da Turquia, diversas pessoas se reúnem para arrecadar e enviar doações.

Turcos e sírios ao redor do globo estão se mobilizando, como possível, para ajudar seu povo. 

*Estagiária do R7, sob supervisão de Raphael Hakime

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