A Turquia acusou os Estados Unidos, nesta quarta-feira (21), de tentarem fazer vista grossa ao assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul. O governo turco também rejeitou comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, que classificou de "cômicos". Na terça-feira, Trump prometeu continuar sendo um "parceiro inabalável" da Arábia Saudita, apesar de dizer que o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, pode ter sabido do plano para matar Khashoggi, que morava nos EUA e escrevia para o jornal The Washington Post. Sobre a possibilidade do príncipe Mohammed ter tido parte no assassinato, Trump disse: "Talvez teve, talvez não teve."Veja também: Arábia Saudita torturou ativistas em prisão, diz Anistia Internacional Seus comentários contradizem a agência de espionagem norte-americana CIA, que acredita que a morte de Khashoggi foi ordenada pelo príncipe herdeiro, que é o governante saudita de fato.'Comunicado cômico' Numan Kurtulmus, vice-presidente do AK, o partido do presidente turco, Tayyip Erdogan, refutou a avaliação de Trump. "O comunicado de ontem é um comunicado cômico", disse ele à emissora estatal TRT. "Não é possível uma agência de inteligência como a CIA, que sabe até a cor do pelo do gato que anda pelo jardim do consulado saudita... não saber quem deu esta ordem", afirmou. "Isso não é crível nem para a opinião pública dos EUA nem para a opinião pública mundial." Desde o assassinato de Khashoggi no consulado saudita em Istambul no mês passado, a Turquia vem repetindo que a ordem veio dos "níveis mais altos" do governo saudita, mas não acusou diretamente o príncipe Mohammed.Acompanhe o noticiário internacional no R7