Turquia é acusada pela Anistia Internacional de crimes de guerra
ONG afirmou ter provas de 'ataques indiscriminados a áreas residenciais' e afirmou que o país deve se responsabilizar pelas ações dos grupos armados
Internacional|Da EFE
A ONG Anistia Internacional (AI) acusou, nesta sexta-feira (18), às forças turcas e aos grupos rebeldes sírios pró-turcos de cometerem crimes de guerra durante a ofensiva lançada contra os curdos no norte da Síria.
"As forças militares turcas e seus aliados demonstraram um completo e cruel desrespeito pela vida de civis, lançando ataques fatais ilegais em áreas residenciais que mataram e feriram civis", indicou o secretário-geral da AI, Kumi Naidoo.
A ONG disse ter recolhido "provas conclusivas de ataques indiscriminados a áreas residenciais" e menciona assassinatos sumários de civis, incluindo uma importante política curda, e combatentes capturados por facções como Ahrar al Sharqiya.
Além disso, menciona bombardeios de áreas de escolas, veículos e alvos não militares como casas ou padarias, bem como o sequestro de civis.
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No documento, a AI menciona ataques como ocorrido no último domingo, quando um bombardeio em um mercado atingiu um comboio de veículos civis que viajavam entre Qamishli e Ras al Ain, matando sete pessoas.
A ONG ouviu o depoimento de 17 pessoas, incluindo médicos, jornalistas e trabalhadores humanitários internacionais, além de analisar o material gráfico divulgado para chegar a suas conclusões.
"A Turquia é responsável pelas ações dos grupos armados que apoia, arma e dirige. Até agora, a Turquia deixou solta as rédeas desses grupos para que cometam graves violações em Afrin e outros lugares", afirma Naidoo.
"Apelamos novamente à Turquia para encerrar as violações, cobrar responsabilidade dos autores e proteger os civis sob seu controle. A Turquia não pode se esquivar de sua responsabilidade de terceirizar a comissão de crimes de guerra a grupos armados", acrescentou.
No último dia 9, a Turquia começou sua ofensiva contra o nordeste da Síria para estabelecer a denominada "zona de segurança", uma área de 30 quilômetros da qual pretende expulsar as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança de milícias liderada pelas Unidades de Proteção do Povo Sírio (YPG).