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Ucrânia acelera preparativos para eventual ofensiva russa

Forças Armadas do país convocaram os reservistas entre 18 e 60 anos para treinamentos visando uma possível invasão da Rússia

Internacional|

Militares ucranianos constroem trincheiras ao redor da fronteira com a Rússia
Militares ucranianos constroem trincheiras ao redor da fronteira com a Rússia Militares ucranianos constroem trincheiras ao redor da fronteira com a Rússia

A Ucrânia declarou nesta quarta-feira (23) estado de exceção e mobilizou os reservistas para o risco de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que desafia as sanções ocidentais, ordenar uma invasão do país.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou que "o futuro da segurança europeia" será decidido na Ucrânia, em um momento em que 150 mil soldados russos estão mobilizados perto das fronteiras do país, segundo informações dos Estados Unidos.

Putin insistiu, em um discurso no Dia dos Defensores da Pátria, que os interesses russos "não são negociáveis", mas mencionou a possibilidade de um "diálogo direto e honesto com o Ocidente".

Nesta terça-feira (22), Putin obteve autorização parlamentar para enviar tropas à Ucrânia caso julgue necessário, e voltou a exigir que o governo ucraniano desista de entrar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e que a ex-república soviética, de 14 milhões de habitantes, se torne um país "desmilitarizado".

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O presidente russo também reconheceu a soberania dos separatistas pró-russos sobre um território muito maior que o controlado por eles atualmente, o que aumentou os receios de uma invasão de áreas agora controladas pelas forças ucranianas.

A Ucrânia respondeu nesta quarta-feira ordenando a mobilização de reservistas de 18 a 60 anos e pediu aos cidadãos ucranianos na Rússia — cerca de 3 milhões de pessoas, segundo algumas estimativas — que saiam desse país "imediatamente".

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O Conselho de Segurança da Ucrânia pediu ao Parlamento que declarasse estado de exceção "em um prazo de 48 horas", para "reforçar a proteção" da ordem pública e as infraestruturas estratégicas.

Sem movimento no terreno

Putin mantém suspense sobre suas intenções militares. Após reconhecer, na segunda-feira (21), a independência das "repúblicas" separatistas de Donetsk e Lugansk, a Câmara alta russa deu sinal verde à mobilização das forças russas na Ucrânia.

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Essas decisões estabelecem as bases para uma intervenção em larga escala, mas até agora não há informações sobre movimentos significativos de tropas.

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Na região russa de Rostov, a cerca de 50 km da fronteira, as forças russas estão concentradas em grande número, com caminhões militares, lança-foguetes e obuses, mas sem sinais de atividade particular, segundo repórteres da AFP.

Em Kiev, capital da Ucrânia, os habitantes não abandonaram a rotina. Mas desde esta terça-feira (22), de hora em hora, os alto-falantes tocam o hino nacional ucraniano na enorme praça Maidan. A população continua especulando sobre possíveis cenários, desde um novo status quo nos territórios separatistas até uma guerra total entre russos e ucranianos.

Muitos temem que a crise possa culminar no pior conflito na Europa desde 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial. A Rússia começou a evacuar a equipe diplomática da Ucrânia, e a bandeira russa não balança mais na embaixada em Kiev.

Primeiras sanções

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o mundo enfrenta "um momento de perigo" e denunciou as "violações da integridade territorial e da soberania" da Ucrânia.

A União Europeia convocou uma cúpula para esta quinta-feira (24), denunciando as "ações agressivas" da Rússia. A ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, considerou que uma invasão na Ucrânia é "muito provável".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira que as últimas decisões russas equivalem ao "início de uma invasão", mas acrescentou que "ainda há tempo para evitar o pior".

Washington e os aliados ocidentais impuseram sanções em resposta ao reconhecimento dos separatistas, contra os quais Kiev luta há oito anos, em um conflito que já deixou mais de 14 mil mortos.

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A Alemanha congelou o gigantesco projeto de gasoduto Nord Stream 2, que deve levar mais gás russo ao país, e Biden anunciou uma "primeira parcela" de sanções para impedir que Moscou consiga fundos ocidentais para pagar sua dívida.

A Rússia prometeu uma resposta "forte" e "dolorosa" às sanções americanas.

As medidas se mantêm modestas em comparação com as anunciadas em caso de invasão, e Moscou conta com quase 640 bilhões de dólares em reservas cambiais e 183 bilhões em um fundo soberano para enfrentá-las.

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