Rússia x Ucrânia

Internacional Ucrânia faz alerta sobre 'situação crítica' após bombardeios russos contra centrais elétricas

Ucrânia faz alerta sobre 'situação crítica' após bombardeios russos contra centrais elétricas

Ataque provocou cortes no fornecimento de eletricidade e de água em várias cidades e afetou o funcionamento de hospitais

AFP

Resumindo a Notícia

  • Ucrânia alerta para uma "situação crítica" depois de novos ataques russos
  • Última série de bombardeios atingiu diversas instalações energéticas do país
  • Na capital Kiev, ao menos duas pessoas morreram após um ataque com mísseis
  • Rússia atacou o centro de Kiev com "drones suicidas" na segunda-feira (17)
Ataques russos afetaram as redes de água e de energia elétrica em cidades ucranianas

Ataques russos afetaram as redes de água e de energia elétrica em cidades ucranianas

Oleg Petrasyuk;EFE

A Ucrânia alertou nesta terça-feira (18) para uma "situação crítica" depois que os ataques russos destruíram em pouco mais de uma semana 30% das centrais de energia elétrica do país, onde novos bombardeios voltaram a provocar cortes nas últimas horas.

"A situação é atualmente crítica em todo o país, porque nossas regiões dependem umas das outras", afirmou o chefe de gabinete da presidência, Kirilo Timochenko.

A última série de bombardeios russos atingiu durante a manhã de terça-feira diversas instalações energéticas no sul do país pelo segundo dia consecutivo, o que provocou cortes no fornecimento de energia elétrica e de água.

Na capital Kiev, ao menos duas pessoas morreram após um ataque com mísseis contra uma instalação de abastecimento de energia, informou o Ministério Público.

Os bombardeios também atingiram a cidade de Kharkiv, no leste, Mykolaiv, no sul, e as regiões de Dnipro e Zhytomyr, no centro.

"Desde 10 de outubro, 30% das centrais elétricas foram destruídas, o que provocou grandes cortes no país", afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky no Twitter.

Na segunda-feira (17), a Rússia atacou o centro de Kiev com "drones suicidas", o que as autoridades ucranianas consideraram um ato de "desespero" de Moscou. Um dos bombardeios destruiu um edifício residencial e cinco pessoas morreram.

Esta foi a segunda semana consecutiva em que a Rússia atacou a capital ucraniana na segunda-feira. Analistas militares consideram as ações uma resposta às derrotas sofridas por Moscou no campo de batalha.

Hospitais com energia de reserva


Após os ataques de terça-feira, Zelenski reiterou a recusa de negociar com o presidente russo, Vladimir Putin. A intenção das tropas de Moscou, denunciou, é "aterrorizar e matar civis".

O exército russo confirmou que bombardeou infraestruturas de energia ucranianas.

Várias localidades da região de Zhytomyr, ao oeste de Kiev, e a cidade de Dnipro ficaram sem energia elétrica.

"A cidade não tem energia elétrica nem água", afirmou o prefeito de Zhytomyr, Serguei Sukhomlin. "Os hospitais funcionam com a energia de reserva".

Em Mykolaiv, alvo de ataques durante a madrugada, as autoridades conseguiram restabelecer a rede.

Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, foi atingida por oito mísseis, de acordo com o governo regional. Os ataques afetaram uma indústria.

Em Kiev, a operadora DTEK anunciou que os funcionários estavam fazendo "todos os esforços necessários para restabelecer o abastecimento" de energia elétrica.

Kremlin ignora uso de drones iranianos


Depois dos ataques de segunda-feira, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, acusou o Irã de fornecer drones para a Rússia e pediu a adoção de sanções contra a República Islâmica.

Nesta terça-feira, o Kremlin afirmou que ignora se o exército utiliza drones iranianos na Ucrânia. "É usada tecnologia russa com nomes russos", disse o porta-voz, Dmitri Peskov, que encaminhou a questão ao ministério da Defesa.

O Irã negou que forneça armas para qualquer parte envolvida no conflito na Ucrânia, mas o governo dos Estados Unidos alertou que adotaria medidas contra empresas e países que colaboram com o programa de drones de Teerã.

O ministério da Defesa ucraniano afirmou que nas últimas 24 horas suas tropas derrubaram 38 aviões não tripulados Shahed-136 de fabricação iraniana.

Na guerra, os combates prosseguem no leste e no sul do país.

O Kremlin afirmou que o presidente russo não planeja acabar com a mobilização militar "no momento", embora algumas regiões tenham completado o processo.

Depois de sofrer uma série de reveses na Ucrânia, Putin decretou em setembro a mobilização de centenas de milhares de reservistas para tentar reverter a tendência.

Em Kharkiv, o exército russo anunciou a reconquista da localidade de Gorobivka. As tropas de Moscou foram expulsas da área em setembro, após a contraofensiva de Kiev.

Os investigadores russos afirmaram que, a princípio, acreditam que o avião militar que caiu na segunda-feira em uma zona residencial de Yeisk, cidade do sudoeste do país perto da fronteira com a Ucrânia, foi afetado por uma "falha técnica".

O incidente deixou pelo menos 13 mortos e o Comitê de Investigação Russo informou que está interrogando o piloto, que se ejetou do avião antes da queda.

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