Ucrânia pede a retirada de militares russos de Chernobyl para evitar uma 'catástrofe nuclear'
Vice-primeira-ministra ucraniana pediu ao Conselho de Segurança da ONU uma missão especial para a usina nuclear
Internacional|Do R7
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, pediu, nesta quarta-feira (30), que os militares russos sejam retirados da usina nuclear de Chernobyl para evitar uma "catástrofe nuclear".
"Exigimos que o Conselho de Segurança da ONU tome imediatamente medidas para desmilitarizar a zona de exclusão de Chernobyl e introduza uma missão especial da ONU lá para eliminar o risco de repetição de uma catástrofe nuclear", disse Iryna em um vídeo publicado no grupo oficial do governo ucraniano no Telegram.
A região de Chernobyl está sob controle russo desde 24 de fevereiro, quando começou a invasão do território ucraniano. Os arredores da usina nuclear são uma área de risco por conta da radiação liberada após o acidente em abril de 1986.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) informou, na terça-feira (29), que seu diretor-geral, Rafael Grossi, estava na Ucrânia para discutir a disponibilização de "assistência técnica urgente" às instalações nucleares do país. Além das instalações desativadas de Chernobyl, a Ucrânia tem 15 reatores nucleares e quatro centrais ativas.
Nesta semana, funcionários da usina relataram que as tropas russas estariam se expondo à radioatividade sem os devidos equipamentos de proteção. Veículos blindados russos foram vistos cruzando a Floresta Vermelha, uma área altamente perigosa, e uma nuvem de poeira radioativa foi levantada com a passagem dos militares enviados por Moscou.
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No início de março, a usina ficou sem o fornecimento de energia por conta dos ataques nas proximidades. A AIEA chegou a advertir que as equipes técnicas estavam enfrentando condições "cada vez mais difíceis" na tentativa de restaurar o fornecimento de eletricidade.
"Nossos engenheiros energéticos ucranianos, arriscando a própria saúde e a própria vida, puderam evitar o risco de uma possível catástrofe nuclear que ameaçava toda a Europa", disse o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko na época.