Ucrânia rejeita ideia de neutralidade baseada em modelo austríaco ou sueco
Negociador ucraniano Mikhailo Podolyak disse que modelo só pode ser 'ucraniano' e apenas com base em garantias sólidas em termos de segurança
Internacional|Do R7
A Ucrânia pede "garantias em termos de segurança" nas negociações com a Rússia e rejeita a ideia de adotar uma "neutralidade" que tenha como modelo a Suécia ou a Áustria, anunciou a Presidência do país.
"A Ucrânia está em uma guerra direta com a Rússia. Portanto, o modelo só pode ser 'ucraniano' e apenas com base em garantias sólidas em termos de segurança", afirmou o negociador Mikhailo Podolyak, em comentários publicados pelo gabinete do presidente Volodmir Zelenski, nos quais destacou que os signatários devem se comprometer com uma intervenção em caso de agressão contra a Ucrânia.
"Isso significa que os signatários dessas garantias não podem ficar à margem no caso de um ataque à Ucrânia como está acontecendo hoje, e que participarão ativamente do conflito do lado ucraniano e fornecerão imediatamente os recursos necessários para armas", citou Podoliak.
Kiev pede que uma zona de exclusão aérea também seja estabelecida sobre a Ucrânia no caso de uma ofensiva contra seu território, acrescentou.
Pouco antes, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, mencionou que a Áustria e a Suécia poderiam ser tomadas como modelos de neutralidade pela Ucrânia para chegar a um compromisso.
As duas partes negociam por videoconferência desde segunda-feira e as negociações continuam nesta quarta-feira, quando se completam três semanas de ofensiva russa na Ucrânia.
A Suécia, um país não alinhado, não é membro da Otan, embora seja sócio da aliança desde meados da década de 1990. O país abandonou oficialmente sua neutralidade no final da Guerra Fria, período que também coincidiu com sua entrada na União Europeia (UE).
A Áustria é um país neutro e não pode enviar soldados a um país em guerra, exceto para missões da ONU.
Na terça-feira, Zelenski deu um passo na direção da Rússia e considerou que era necessário aceitar que seu país nunca será membro da Otan.
Essa possibilidade é um dos principais argumentos usados pela Rússia para justificar sua ofensiva contra a Ucrânia.