UE reitera que é 'preciso evitar' intervenção militar na Venezuela
Porta-voz do bloco também reprovou a intimidação contra as pessoas que tentavam fazer a ajuda humanitária externa chegar ao país em crise
Internacional|Da EFE
A Comissão Europeia, o órgão executivo da UE (União Europeia), insistiu nesta segunda-feira (25) que "é preciso evitar" uma intervenção militar na Venezuela, depois que o presidente da Assembleia Nacional do país sul-americano, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em janeiro, se mostrou favorável a manter "todas as opções abertas".
"A UE tem uma posição estabelecida muita clara: é preciso evitar a intervenção militar", afirmou a porta-voz de Relações Exteriores, Maja Kocijancic, na entrevista coletiva diária da Comissão.
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A porta-voz lembrou a declaração emitida ontem pela alta representante da UE para a Política Externa, a italiana Federica Mogherini, na qual reprovou a intimidação contra as pessoas que tentavam fazer a ajuda humanitária externa chegar à Venezuela.
"No nosso ponto de vista, está muito claro que precisamos de uma resolução pacífica, democrática e venezuelana para esta crise. Isto obviamente exclui o uso da força", ressaltou Kocijancic.
A porta-voz afirmou que a UE "quer eleições presidenciais livres, transparentes e críveis, segundo a Constituição venezuelana".
Kocijancic disse que o grupo de contato internacional que a UE impulsionou com países europeus e latino-americanos trabalha precisamente para criar as condições na Venezuela para que esse pleito aconteça.
A porta-voz também disse que trabalha para a entrega de ajuda humanitária de acordo com os "princípios de humanidade: neutralidade, imparcialidade, independência".
Kocijancic garantiu que a alta representante mantém "contatos muito regulares, os manteve, por exemplo, na semana passada e também durante o fim de semana. E eles vão continuar", acrescentou.
Sobre a missão técnica do grupo de contato que visitou Caracas na quarta e na quinta-feira da semana passada, Kocijancic disse que pôde "falar com todos os atores relevantes", entre eles representantes do espectro político, mas também da sociedade civil e de agências da ONU (Organização das Nações Unidas).
"Falaram dos períodos necessários para a solução para a crise, para as eleições e a assistência humanitária, respeitando os princípios dessa assistência humanitária", indicou Kocijancic.
Além disso, a porta-voz anunciou que em 28 de fevereiro haverá em Bruxelas uma reunião de funcionários do alto escalão da UE para preparar a próxima reunião em nível ministerial do grupo de contato, em uma data que ainda não foi marcada.
Kocijancic lembrou que o regime do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, "perdeu a legitimidade necessária" e, por isso, é preciso realizar eleições "baseadas nos padrões internacionais".
Para a porta-voz, isso é algo que foi repetido várias vezes tanto por Mogherini como por "todos os ministros com os quais falamos sobre a Venezuela".
De fato, Kocijancic afirmou que nos últimos dois ou três Conselhos de Ministros das Relações Exteriores da UE essa posição "ficou muito clara".