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Última moeda de um centavo será fabricada na Filadélfia

Descontinuação da moeda irá impactar o comércio e consumidores nos Estados Unidos

Internacional|Chris Isidore e Vanessa Yurkevich, da CNN Internacional

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A última moeda de um centavo americana será cunhada hoje na Filadélfia, encerrando 238 anos de sua circulação.
  • O presidente Donald Trump havia decidido interromper a produção devido ao alto custo de fabricação, que supera seu próprio valor.
  • A descontinuação da moeda causa problemas para varejistas, que enfrentam dificuldades legais ao arredondar preços e troco.
  • Grupos de varejo pedem ao Congresso novas legislações para solucionar as complicações geradas pelo fim da moeda de um centavo.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Fim das moedas de um centavo cria problemas para economia americana Justin Sullivan/Getty Images via CNN Newsource

A moeda de um centavo americana falecerá hoje, após uma “doença prolongada”. Ela tinha 238 anos.

A última moeda de um centavo será cunhada na tarde desta quarta-feira (12) na Casa da Moeda dos EUA, na Filadélfia, supervisionada pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, e pelo Tesoureiro, Brandon Beach.


O presidente Donald Trump anunciou pelas redes sociais em fevereiro que instruiu a Casa da Moeda a parar de fabricar a moeda outrora popular, citando o custo de produção.

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A moeda de um centavo custa quase quatro centavos de dólar (R$ 0,22, na cotação atual) para ser cunhada, mais do que o valor da própria moeda.


Antes valiosa o suficiente para comprar “doces de um centavo” como bolas de chiclete e alimentar parquímetros ou cabines de pedágio, hoje a moeda de um centavo vive principalmente em potes de moedas, gavetas de bagunça ou bandejas de “deixe uma moeda/pegue uma moeda”.

A moeda de um centavo sobreviveu mais que sua irmã, a moeda de meio centavo, por 168 anos. Ela é sobrevivida pelo nickel (moeda de cinco centavos), dime (moeda de dez centavos), quarter (moeda de vinte e cinco centavos) e pelas raramente vistas moedas de meio dólar e um dólar.


Apesar de seu fim, a moeda de um centavo continuará tendo curso legal.

Problemas apesar do fim planejado há tempos

Para uma moeda que parece obsoleta, sua remoção de circulação está causando mais problemas do que o esperado, especialmente para os varejistas.


Alguns comerciantes planejam arredondar os preços para o nickel (cinco centavos) mais próximo, geralmente um ou dois centavos (R$ 0,05 ou R$ 0,11, cotação atual) a mais. Outros estão pedindo aos clientes que paguem com moedas de um centavo para ajudar no suprimento. Mas em alguns estados, os comerciantes podem enfrentar problemas legais por arredondar para cima ou para baixo.

Além disso, qualquer economia com a descontinuação da moeda de um centavo pode ser compensada pela necessidade de prensar mais nickels (moedas de cinco centavos), o que custa à Casa da Moeda dos EUA mais dinheiro do que a moeda de um centavo.

A eliminação gradual da moeda de um centavo pelo governo tem sido “um pouco caótica”, disse Mark Weller, diretor executivo da Americans for Common Cents.

O grupo pró-moeda de um centavo é financiado principalmente pela Artazn, a empresa que fornece os discos de metal usados para fazer as moedas. “Quando chegarmos ao Natal, os problemas serão mais pronunciados com os varejistas não tendo moedas de um centavo.”

Weller disse que outros países que removeram moedas de baixa denominação, como Canadá, Austrália e Suíça, tiveram orientação para o período posterior. Não é o caso dos Estados Unidos.

“Tivemos uma postagem em rede social (de Trump) durante o domingo do Super Bowl, mas nenhum plano real sobre o que os varejistas teriam que fazer”, disse ele, referindo-se ao anúncio do presidente em fevereiro.

Diferentes planos de arredondamento

A Kwik Trip, uma rede familiar de lojas de conveniência que opera no Meio-Oeste, decidiu arredondar para baixo as compras em dinheiro em lojas onde não conseguiu encontrar moedas de um centavo.

“De jeito nenhum queríamos cobrar (dos clientes) 2 centavos (R$ 0,11) a mais porque simplesmente não achamos justo”, disse John McHugh, porta-voz da empresa. “Quero dizer, não é culpa deles que haja escassez de moedas de um centavo.”

Mas com 20 milhões de clientes por ano, e 17% deles pagando em dinheiro, a política acabará custando à Kwik Trip alguns milhões de dólares (cerca de R$ 11 milhões) por ano, disse McHugh.

Não são apenas as empresas que enfrentam custos maiores. Arredondar para o nickel (cinco centavos) mais próximo custará aos consumidores cerca de US$ 6 milhões (R$ 33 milhões) por ano, segundo um estudo de julho do Federal Reserve Bank of Richmond. Isso é bastante modesto, chegando a cerca de cinco centavos (R$ 0,27) para cada um dos 133 milhões de lares americanos.

E o arredondamento não é uma solução nacional.

Quatro estados - Delaware, Connecticut, Michigan e Oregon - bem como inúmeras cidades, incluindo Nova York, Filadélfia, Miami e Washington, DC, exigem que os comerciantes forneçam troco exato, de acordo com a NACS (Associação Nacional de Lojas de Conveniência).

Além disso, a lei que cobre o programa federal de assistência alimentar conhecido como SNAP (Programa de Assistência Nutricional Suplementar) exige que os beneficiários não sejam cobrados a mais do que outros clientes.

“Como os beneficiários do SNAP usam um cartão de débito que é cobrado no valor exato, se os comerciantes arredondarem os preços para baixo nas compras em dinheiro, eles podem estar se expondo a problemas legais e multas”, disse Jeff Lenard, porta-voz da NACS.

“Arredondar para baixo em todas as transações apresenta vários desafios além da perda média de 2 centavos (R$ 0,11, cotação atual) por transação”, disse Lenard. “Precisamos desesperadamente de legislação que permita o arredondamento para que os varejistas possam dar troco a esses clientes.”

Por essa razão, a NACS e outros grupos de varejo escreveram recentemente ao Congresso pedindo legislação para lidar com as questões levantadas pelo fim da produção da moeda de um centavo.

Fim de uma ‘vida maravilhosa’

A moeda de um centavo foi uma das primeiras moedas do país, cunhada pela primeira vez em 1787, seis anos antes da própria Casa da Moeda ser estabelecida.

Benjamin Franklin é amplamente creditado por desenhar a primeira moeda de um centavo, conhecida como “Fugio cent”. Sua forma atual surgiu em 1909, no centenário do nascimento de Abraham Lincoln, quando se tornou a primeira moeda americana a apresentar um presidente.

Mas ela diminuiu em uso e popularidade desde então. O Departamento do Tesouro havia dito que havia uma estimativa de 114 bilhões de moedas de um centavo em circulação, embora fossem “severamente subutilizadas”. Assim, a comoção do público sobre seu fim foi discreta.

Joe Ditler, um escritor e historiador de 74 anos do Colorado, disse que ainda tem uma caixa de charutos antiga cheia principalmente de moedas de um centavo dadas por seu avô.

Ele se lembra de achatar moedas de um centavo em trilhos de trem ou em máquinas de souvenirs em parques de diversão.

No entanto, ele usa moedas de um centavo apenas ocasionalmente para fazer uma compra em dinheiro. E ele frequentemente joga a moeda de um centavo no pote de gorjetas.

“Elas trazem de volta memórias que permaneceram comigo por toda a minha vida”, disse ele. “A moeda de um centavo teve uma vida maravilhosa. Mas provavelmente é hora de ela ir embora.”

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