Orbán é um líder elogiado por setores da ultradireita europeia
Johanna Geron - EFE/EPA 20.07.2020O primeiro-ministro da Hungria, o ultra-nacionalista Viktor Orbán, disse na sexta-feira (7) que a chegada de todos os imigrantes ao país deveria ser interrompida porque eles são potenciais "bombas biológicas" devido ao novo coronavírus.
Orbán, conhecido por seus discursos anti-imigração, já havia associado os imigrantes ao terrorismo e ao crime. Agora, expressou seus pensamentos em sua entrevista de todas as sextas-feiras na rádio pública Kossuth.
"Todos os imigrantes ilegais que desejam entrar no país sem controle não apenas violam as leis húngaras, mas também representam uma ameaça biológica. É uma frase séria e, portanto, digo com cuidado", disse o primeiro-ministro. "Como não é possível estabelecer qual das pessoas que chegam ao país está infectada, é necessário 'considerar todos os imigrantes como um potencial poluidor'", concluiu Orbán.
"Ao vincular imigração e contágio, criamos uma imagem de que todos os imigrantes são uma bomba biológica que pode nos infectar. Não é assim, apenas alguns são, mas não sabemos quais", argumentou.
Órban diz que esta pode parecer uma posição injusta, mas "do ponto de vista dos húngaros, que podem ser vítimas disso, também devemos pensar em legítima defesa".
O discurso contra a imigração muçulmana e a favor de valores conservadores, nacionalistas e cristãos fez de Orbán um líder elogiado por setores da ultradireita europeia.
Na Hungria, um país de quase dez milhões de habitantes, as autoridades de saúde confirmaram 4.621 casos de contágio e 602 mortes.