Uma semana de fronteiras fechadas afeta milhares na Venezuela
Além dos mortos e feridos nos confrontos, passagens fechadas prejudicam pessoas que dependem da travessia, como doentes em tratamento
Internacional|Da EFE
Milhares de pessoas foram afetadas pelo fechamento das fronteiras da Venezuela determinado pelo governo de Nicolás Maduro há uma semana e que impediu a circulação de estudantes, trabalhadores e doentes nas cidades venezuelanas que fazem limite com o Brasil e com a Colômbia.
Na fronteira com o Brasil os estragos deixados pelos enfrentamentos entre as forças da ordem e comunidades indígenas, que também pediam a entrada de alimentos e remédios doados por outros governos, continuam sendo contabilizados.
O deputado venezuelano Américo de Grazia indicou, nesta sexta-feira (1), que vários membros da etnia Pemón se viram obrigados a procurar refúgio no Brasil "fugindo das ações criminosas da Narco Ditadura".
Fronteira Venezuela-Colômbia
Já uma fonte do governo do estado venezuelano de Táchira, vizinho ao colombiano Norte de Santander, disse que as Forças Armadas Bolivarianas (FANB) não facilitam nem mesmo a passagem de pacientes crônicos que fazem tratamento em Cúcuta.
A proibição também foi taxativa para as mais de 5 mil crianças que estudam do lado colombiano e vivem em Táchira.
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Vários moradores desta região disseram à Efe que o fechamento das passagens é total. No entanto, os caminhos ilegais que sempre existiram ao longo dessa porosa fronteira registram nestes dias um maior fluxo de pedestres que vão de um lado para o outro, em alguns casos diante do olhar anuente das forças da ordem de ambos os governos, embora a Colômbia já tenha retirado as restrições do seu lado.
A Efe teve acesso a uma convocação feita por moradores destas localidades que vão reivindicar na próxima segunda-feira o restabelecimento da passagem de pedestre para estudantes através de um "corredor" que autoridades eclesiásticas estão preferindo chamar de "fraterno" em vez de "humanitário".
300 feridos e 5 mortos
As manifestações a favor da entrada da ajuda humanitária provocaram enfrentamentos que terminaram com 300 pessoas feridas em Táchira e pelo menos cinco mortos no estado venezuelano de Bolívar, segundo dados de organizações não-governamentais.
Maduro, que insiste em rejeitar as doações por considerá-las um show político contra ele, não deu sinais de querer reabrir as fronteiras.