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União Africana repreende Salvini por chamar refugiados de escravos

Ministro italiano fez declaração racista durante reunião na Áustria e se envolveu em bate-boca com representante de Luxemburgo

Internacional|Gabriela Lisbôa, do R7, com Ansa

Jean Asselborn (D) e Matteo Salvini discutem durante reunião
Jean Asselborn (D) e Matteo Salvini discutem durante reunião

A União Africana manifestou nesta quarta-feira (19) seu "desconcerto" com as declarações nas quais o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, comparou migrantes do continente africano a "escravos". Por meio de um comunicado, a entidade pede que Salvini "retire" suas "afirmações desdenhosas" sobre os africanos.

Além de ministro, Matteo Salvini é líder do partido nacionalista Liga Norte e vice-primeiro ministro da Itália.

‘Escravos para substituir os filhos que não temos’

A declaração foi dada na última sexta-feira (14) durante a reunião dos ministros da Administração Interna dos países europeus, em Viena, na Áustria.


Ao defender o aumento das restrições à entrada de estrangeiros na Europa, o italiano disse que "os meus cidadãos me pagam para ajudar os nossos jovens a ter filhos e não para resgatar o melhor da juventude africana para substituir os europeus que já não têm filhos".

O ministro de Luxemburgo, Jean Asselborn, manifestou descontentamento com a frase. Diante a reação, Salvini provocou: “Em Luxembrugo, talvez não existam essas exigências, mas na Itália temos que ajudar os nossos filhos a ter outros, e não ter escravos para substituir os filhos que não temos."


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A provocação surtiu efeito e, ainda mais irritado, Asselborn lembrou que Luxemburgo recebeu muitos italianos que foram como imigrantes, para trabalhar, porque "na Itália vocês não tinham dinheiro para os vossos filhos".


O bate-boca continuou até que o luxemburguês pronunciou uma expressão que pode ser traduzida como “olha quanta m...”.

Apesar da revolta do colega, Salvini continuou o discurso criticando os europeus por não se preocuparem em diminuir a entrada de imigrantes ao continente.

‘Não tenho nada do que me desculpar’

Mais tarde, no entanto, ele esclareceu que não chamou os africanos de escravos, mas sim censurou a ideia de "fazê-los chegar à Europa para obrigá-los a trabalhar ou viver em condições tão degradantes", como a "escravidão".

"Não tenho nada do que me desculpar", declarou o ministro nesta quarta, acrescentando que suas declarações eram "em defesa" dos migrantes. "Se alguém achou ruim, talvez tenha havido um defeito na tradução francesa", disse.

Salvini é um dos principais defensores do endurecimento das políticas migratórias da Itália e fechou os portos do país para pessoas resgatadas no Mar Mediterrâneo, em sua maioria deslocados internacionais provenientes da África Subsaariana.

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