União Europeia apresenta plano para reduzir importação de gás russo
Objetivo do bloco é cortar a dependência do combustível da Rússia em dois terços até o fim deste ano
Internacional|Do R7
A União Europeia anunciou nesta terça-feira (8) a intenção de reduzir as importações de gás da Rússia em dois terços neste ano, antes da realização de uma cúpula do bloco para discutir maneiras de acabar com a dependência de hidrocarbonetos russos.
A comissária europeia para a Energia, Kadri Simson, anunciou que a Comissão Europeia apresentará em abril um projeto de lei para estabelecer um nível médio de armazenamento de reservas para o mês de setembro, com objetivos específicos para cada país.
O objetivo de reduzir a dependência da Europa dos hidrocarbonetos russos é anunciado em um momento em que os Estados Unidos planejam embargar o petróleo da Rússia, possibilidade que deixa os países europeus cautelosos com o efeito potencialmente devastador da medida.
Assim, Simson afirmou que a Comissão pretende reduzir a sua dependência da Rússia utilizando novos fornecedores de gás, aumentando as reservas para o próximo inverno e acelerando os esforços para ser mais eficiente em termos energéticos.
"Até o fim deste ano, podemos substituir 100 bilhões de metros cúbicos de importações de gás da Rússia. Isso é dois terços do que importamos deles", garantiu o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, responsável pela formulação de políticas da União Europeia sobre energia e mudanças climáticas.
Em seu plano, a União Europeia pretende se tornar completamente independente do gás, petróleo e carvão russos até 2030.
Timmermans, no entanto, pediu cautela. A Rússia fornece 40% das necessidades de gás do bloco europeu. Itália, Alemanha e vários países da Europa Central são particularmente dependentes desse gás.
Cerca de 25% das necessidades de petróleo da Europa também são cobertas por petróleo bruto importado da Rússia.
Essa dependência levou os países da União Europeia a rejeitar os pedidos insistentes da Ucrânia e dos Estados Unidos para sancionar severamente o setor de energia da Rússia por causa da invasão militar do território ucraniano.
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"A realidade é que há um bom número de Estados-membros que estariam em sérios problemas se a Rússia parasse de fornecer essa energia da noite para o dia", admitiu Timmermans aos eurodeputados.
Por isso, acrescentou, "devemos ter certeza de que não faremos mais mal a nós mesmos do que a [Vladimir] Putin".
A proposta, que não é vinculativa, exige que 90% da capacidade de armazenamento de gás da União Europeia seja preenchida até 30 de setembro, acima dos 30% atuais.
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