Urânio empobrecido: o que é o armamento que russos não querem que a Ucrânia receba
Munições com a substância podem causar danos à saúde, e autoridades de Kiev especulam sobre o potencial nuclear
Internacional|Larissa Crippa*, do R7
Os rumores sobre uma possível guerra nuclear voltaram a circular na grande mídia depois que a Rússia prometeu "respostas significativas" caso o governo britânico siga com o plano de enviar munições com urânio empobrecido (DU) para a Ucrânia.
Na terça-feira (21), o presidente russo, Vladmir Putin, afirmou em uma reunião que seu país seria obrigado a agir, já que o Ocidente está se unindo para fazer uso de "armas nucleares".
Mas, apesar de bombas com potencial nuclear possuírem urânio em sua fórmula, a quantidade e a intensidade são diferentes das dos armamentos "empobrecidos". O Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou em um comunicado que a Rússia está espalhando desinformação de propósito.
"O Exército britânico usa o material há décadas. É um componente padrão e não tem nada a ver com armas ou capacidades nucleares, e eles sabem disso", declarou a instituição.
O metal — que é extremamente denso, resistente e inflamável — vem sendo um dos componentes principais da produção militar.
O urânio "empobrecido" (DU) é o que sobra quando a maior parte da forma do urânio natural, conhecida como U-235, que é altamente radioativa, é removida do minério. O U-235 produz energia nuclear; já o DU tem menos força e não consegue atravessar a pele humana, por exemplo. Por isso, não é considerado um perigo grave.
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Mas seus resíduos ainda podem afetar a saúde caso partículas adentrem o organismo. A ingestão dos resíduos, que podem ser transportados pelo ar após a explosão, ou a inalação dos gases gerados pela fumaça, pode causar danos aos rins e levar à insuficiência renal. Além disso, há também o risco de poluição do meio ambiente.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Odair Braz Jr.