O governo de Nicolás Maduro determinou nesta terça-feira (19) o corte das comunicações aéreas e marítimas da Venezuela com as ilhas de Aruba, Bonaire e Curaçao. O anúncio foi feito pela Agência Venezuelana de Notícias (AVN), ligada ao governo. A ordem entrou em vigor às 16h em horário local (13h em Brasília), de acordo com o comandante da Zona Operacional de Defesa Integral (Zodi), Miguel Morales Miranda. Segundo a agência, militares venezuelanos foram enviados para a costa do estado de Falcón, no norte do país, e se instalaram em portos e aeroportos como "sinal de alerta". Apesar disso, as atividades do Centro Refinador Paranaguá, um dos maiores complexos petrolíferos da região, estão mantidas. O corte das comunicações, segundo o governo chavista, faz parte da Operação Sentinela, realizada pelas Força Armada Nacional Bolivariana há quatro meses para proteger a soberania da Venezuela de "possíveis incursões não autorizadas". "Não há motivo para pânico, só estamos protegendo as fronteiras do território venezuelano", afirmou Morales Miranda, que informou que a medida ficará em vigor por tempo indeterminado. Os militares venezuelanos realizaram um exercício perto de Tienditas, ponte que liga ao país à Colômbia, para mostrar que estão determinados a não permitir a entrada da ajuda internacional que está armazenada na cidade de Cúcuta. O chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país e responsável pelo pedido da ajuda humanitária à comunidade internacional, garantiu que os mantimentos entrarão no território venezuelano no sábado. No entanto, desde que os produtos começaram a chegar na Colômbia, Maduro mobilizou as tropas e determinou a montagem de bloqueios na fronteira para impedir qualquer entrada não autorizada por ele. Além de Cúcuta, os centros de armazenamento para a ajuda internacional foram montados em Pacaraima, na fronteira de Roraima com a Venezuela, e em Curaçao, um território autônomo da Holanda no Caribe.