Venezuela critica Guiana por aceitar 'presença' do Comando Sul dos EUA em Essequibo
Executivo venezuelano condenou as declarações do presidente Ali, que informou que as Forças de Defesa estão em 'alerta máximo'
Internacional|Do R7
O governo da Venezuela criticou nesta quarta-feira (6) o fato de a Guiana ter dado "sinal verde à presença" do Comando Sul dos Estados Unidos em Essequibo — um território de quase 160 mil km² disputado pelos dois países —, depois que o presidente guianense, Irfaan Ali, afirmou está em contato com esse comando militar americano.
Em um comunicado, o Executivo venezuelano condenou as recentes declarações de Ali, que destacou que as Forças de Defesa da Guiana estão "em alerta máximo" e em contato com os seus homólogos militares de outros países, entre eles o Comando Sul.
O Executivo de Nicolás Maduro afirmou que a "atitude imprudente" de Georgetown abre ao "poder imperial" a "possibilidade de instalação de bases militares”, com o que está “ameaçando a zona de paz que se delineou nessa região".
"A Guiana ataca de forma imprudente o direito internacional, realizando ações que agravam a controvérsia territorial e se somam à sua conduta ilegal de conceder direitos de exploração petrolífera à [americana] ExxonMobil em um mar pendente de delimitação com a Venezuela", ressaltou.
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Além disso, reiterou que Georgetown "mantém uma ocupação de fato" no território em questão e uma "disputa territorial com a Venezuela", que deve "ser resolvida pelo Acordo de Genebra de 1966, o único instrumento jurídico válido entre as partes".
Maduro lançou nesta terça-feira (5) um plano de ação para a região de Essequibo que inclui a concessão de licenças para exploração de petróleo e destacamentos militares em cidades próximas da área em disputa, embora, por enquanto, não tenha anunciado uma incursão na área.
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O presidente da Guiana disse nesta quarta-feira que esse plano de ação representa "uma ameaça iminente" à sua integridade territorial e à paz mundial, razão pela qual anunciou "medidas de precaução" para proteger o país.
O primeiro passo será levar o assunto, nesta quarta, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, para que o órgão possa adotar "medidas adequadas", segundo antecipou Ali em um comunicado.
O guianense indicou ainda que conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com vários líderes para alertar sobre "esses acontecimentos perigosos e as ações desesperadas do presidente Maduro".
A Venezuela insiste em que o plano de ação é desenhado com base no resultado do referendo não vinculativo do último domingo (3), que propôs a anexação do território ao mapa nacional.