Venezuela diz ter US$ 140 bilhões bloqueados em bancos no exterior
Encarregado de negócios do governo Maduro diz que situação é estratégia dos EUA e fluxo migratório intenso de venezuelanos é consequência da crise
Internacional|Da EFE
O encarregado de negócios do governo da Venezuela no Equador, Pedro Sassone, afirmou nesta sexta-feira (17) que o país tem mais de US$ 140 bilhões bloqueados em bancos no exterior.
Em entrevista coletiva realizada na embaixada da Venezuela em Quito, Sassone afirmou que os fluxos migratórios de venezuelanos para os demais países da região são uma consequência da guerra econômica que, segundo ele, visa destruir o governo de Nicolás Maduro.
"É a estratégia pensada pelos Estados Unidos para quebrar a base econômica da Venezuela", acusou.
Leia também
Mais de 400 mil venezuelanos pediram refúgio nos últimos 5 anos
Venezuela, o país que 5 mil pessoas abandonam todos os dias
EUA suspendem voos para a Venezuela por medo de violência
General do exército venezuelano é encontrado morto em hotel
Prédio do Parlamento venezuelano é fechado por alarme de bomba
Sassone é o responsável pela embaixada desde outubro do ano passado, quando a embaixadora Carol Delgado deixou o país após declarações polêmicas feitas pelo ministro de Comunicação e Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez, consideradas pelo presidente do Equador, Lenín Moreno, como ofensivas.
Rodríguez acusou na época o presidente equatoriano de mentir ao afirmar que 6 mil venezuelanos chegavam ao país por dia devido à crise econômica que abala o governo de Maduro.
"Mais de US$ 140 bilhões foram bloqueados. Esses recursos foram retidos ou congelados por bancos estrangeiros. O dinheiro venezuelano está bloqueado por toda a estrutura financeira mundial", denunciou o diplomata, acusando de participarem do esquema países como Portugal, Inglaterra, EUA, Bélgica e França.
"No total, são 17 países com os quais a Venezuela tem relações comerciais no mundo todo. Não podem não permitir a Venezuela de comprar, de transferir recursos para pagar seus compromissos financeiros e de pedir financiamento", criticou Sassone.
O encarregado de negócios da Venezuela no Equador garantiu que a economia do país tem capacidade de responder à crise e se recuperar. No entanto, Sassone ressaltou que, se a comunidade internacional está preocupada com o país, deve liberar o dinheiro bloqueado.
A Venezuela vive uma grave crise econômica e política, que se acentuou em janeiro, quando o líder do parlamento, o opositor Juan Guaidó, se autoproclamou presidente do país.
O governo do Equador, que apoia Guaidó, reconhece René de Sola, enviada do opositor, como embaixadora da Venezuela em Quito.