Venezuela: Governo restabelece energia com racionamentos
País teve novo apagão na noite de terça-feira (9) causado pela deterioração de principal hidrelétrica, depois de atentados no mês passado
Internacional|Da EFE
O ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, informou nesta quarta-feira (10) que o serviço elétrico no país foi restabelecido, embora com alguns cortes de luz programados, depois do apagão nacional ocorrido ontem à noite.
"Já estamos prestando serviço em todo o território nacional, claro que em processo de administração de carga (racionamento)", disse o ministro chavista em declaração transmitida pelo canal estatal "VTV".
Rodríguez explicou que na noite de ontem "houve uma falha de carga" na usina hidrelétrica de Guri, a principal do país, como "consequência da deterioração" causada pelos supostos ataques contra essas instalações, que o presidente Nicolás Maduro atribui à oposição e ao governo dos Estados Unidos.
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O ministro reiterou que o Sistema Elétrico Nacional (SEN) sofreu no mês passado o "ataque terrorista mais brutal do qual se tem conhecimento na história da Venezuela", que incluiu "agressão cibernética e eletromecânica", disparos de fuzil e incêndios premeditados.
"Esse processo agressivo gerou grandes danos a infraestruturas", que são a causa do mais recente blecaute, segundo a versão oficial.
O titular da pasta de Comunicação afirmou que o governo está trabalhando na estabilização do SEN dentro do plano de 30 dias instaurado por Maduro, que contempla cortar a eletricidade de 20 dos 23 estados do país por pelo menos 18 horas a cada semana.
Contudo, Rodríguez pediu mais uma vez aos cidadãos que economizem energia para ajudar a estabilizar o SEN.
Meios de comunicação locais e dirigentes opositores alegam que 20 dos 23 estados da Venezuela foram afetados pelo blecaute e que a maioria desses territórios continua sem energia desde ontem à noite.
A Venezuela registrou desde 7 de março vários cortes de luz, alguns dos quais duraram mais de 24 horas, que paralisaram todas as atividades durante pelo menos 12 dias, causando prejuízos de US$ 500 milhões diários, segundo estimativas do parlamento.
A oposição diz que a corrupção no Ministério de Energia Elétrica e a má gestão de bilhões de dólares destinados ao setor são a causa da crise atual.