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Venezuela registrou mais de 10.000 protestos no 1º semestre de 2019

Relatório de ONG aponta média de 58 manifestações a cada dia. Número 'coloca em evidência a gravidade da complexa emergência humanitária'

Internacional|Da EFE

País teve média de 58 manifestações por dia
País teve média de 58 manifestações por dia

A Venezuela registrou um total de 10.477 protestos populares nas ruas das cidades do país no primeiro semestre de 2019, com uma média de 58 manifestações diárias que fundamentalmente apresentavam reivindicações políticas e sociais, informou nesta segunda-feira (15) a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS).

O OVCS afirmou em seu relatório semestral que o número de protestos aumentou 97% em comparação com o mesmo período do ano passado.

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A ONG considera que o número "coloca em evidência a gravidade da complexa emergência humanitária na Venezuela" e mostra como os direitos humanos dos venezuelanos "estão sendo cada vez mais violados, sem que existam mecanismos efetivos para reivindicá-los".

Do total de manifestações, 4.777 corresponderam a exigências pelo direito "à participação política", 4.169 por "direito à moradia e serviços públicos", 1.587 por "direitos trabalhistas" e 697 por "direito à alimentação".


O relatório também destaca o aumento dos protestos em setores populares, considerados "antigos redutos do chavismo", e de manifestações exigindo "a renúncia de Nicolás Maduro e o restabelecimento da democracia".

Segundo o OVCS, durante o período entre janeiro e junho, a crise venezuelana se intensificou de forma "acelerada e insustentável" devido ao colapso dos serviços públicos (eletricidade, água potável e gás doméstico), à escassez de gasolina, às limitações crônicas de acesso a remédios, insumos médicos e alimentos, entre outros fatores.


Além disso, a ONG denunciou que, durante esse período, "a política de repressão aumentou, com o uso de grupos de extermínio formados por unidades das Forças de Ações Especiais (FAES) da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e de grupos paramilitares".

No relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) sobre a Venezuela, a titular do órgão, Michelle Bachelet, recomendou ao governo Maduro a dissolução das FAES e o estabelecimento de um mecanismo nacional imparcial e independente para investigar as supostas execuções extrajudiciais cometidas.

Segundo o OVCS, de janeiro a junho foram contabilizadas "61 pessoas assassinadas durante os protestos" e "seis vítimas de execuções extrajudiciais" em consequência de "ações de busca e apreensão e detenções ilegais em imóveis nos quais viviam pessoas que supostamente teriam participado nas manifestações".

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