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Venezuela vota em referendo a anexação de território da Guiana

Plebiscito promovido pelo governo de Nicolás Maduro é antiga reivindicação de Caracas, que visa área de 160 mil km² do país vizinho, rico em petróleo e minerais

Internacional|Do R7, com Estadão Conteúdo, EFE e AFP

Maduro compareceu para votar logo na abertura das urnas
Maduro compareceu para votar logo na abertura das urnas Maduro compareceu para votar logo na abertura das urnas

Os venezuelanos votam, desde as 7h deste domingo (3), em referendo que vai decidir sobre a anexação de 75% (cerca de 160 mil km²) da Guiana, país vizinho rico em petróleo e outros minerais. O plebiscito termina às 19h.

Segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), cerca de 20,7 milhões de cidadãos estão aptos a votar em um dos 15.857 centros de votação instalados no país.

O referendo contém cinco perguntas, incluindo a possível incorporação de Essequibo ao mapa nacional e a concessão de nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da região. É estimado que o "sim" vença por ampla margem, sem oposição, e, embora a consulta não tenha consequências legais, as autoridades esperam que ela reforce a reivindicação territorial.

Promotor da votação, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, compareceu às urnas logo após sua abertura. Nos últimos dias, mobilizações, shows, visitas a comunidades, distribuição de folhetos e propaganda nas redes sociais buscavam atrair a população.

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Ao votar, os cidadãos respondem se concordam ou não com a anexação da área disputada, por meio da criação de um estado chamado Guiana Essequibo. O país vizinho já se manifestou sobre a ameaça de Maduro e afirmou que a Venezuela usa o referendo como uma "distração de seus problemas internos", como a "fome", da qual "as pessoas fugiram".

O território de 160 mil km² é administrado pela Guiana, apesar da antiga reivindicação por Caracas dessa região, que possui depósitos de petróleo e minerais, bacias hidrográficas e as famosas cataratas de Kaieteur.

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A Guiana descobriu recentemente reservas de petróleo equivalentes a 10 bilhões de barris, maiores do que as do Kuait. O referendo foi convocado após Georgetown abrir um leilão de poços de petróleo naquela área, em agosto, o que desencadeou a ira de Maduro devido à participação do gigante petrolífero americano ExxonMobil.

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Localizada a oeste do rio Essequibo, a região tem 125 mil habitantes — pouco mais de 15% dos 800 mil de todo o país. Nos últimos dias, o ditador venezuelano acusou o governo da Guiana de ser controlado pela petrolífera e de tentar "manchar, danificar, sujar, impedir" a realização da consulta popular.

Georgetown defende uma fronteira definida em 1899 por um tribunal de arbitragem e agora recorre à CIJ (Corte Internacional de Justiça), máximo órgão judicial das Nações Unidas, para validá-la.

Caracas, por sua vez, argumenta que o rio é a fronteira natural, como foi em 1777, quando era capitania geral do império espanhol, e apela ao Acordo de Genebra. Assinado em 1966 (antes da independência da Guiana do Reino Unido), o acordo anula a decisão anterior e estabelece as bases para uma solução negociada, mas nunca houve consenso.

"Está surgindo a união de todos os venezuelanos em um grande consenso: defender a Venezuela", disse o presidente Nicolás Maduro, na quarta-feira (29 de novembro) em um evento político. A Guiana, por sua vez, considera o referendo uma "violação das leis internacionais".

O Itamaraty expressou preocupação com a disputa entre os vizinhos, mas não deve se pronunciar sobre a votação promovida pela ditadura de Nicolás Maduro.

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