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Ventos de 200 km/h: furacões causarão cada vez mais estragos nos EUA; entenda

Mudanças climáticas aumentam o número de tempestades tropicais e furacões, que também estão mais intensos

Internacional|Sofia Pilagallo, do R7

Imagem aérea mostra pessoas que se locomovem de caiaque em uma rua inundada na cidade de Crystal River, na Flórida (EUA), depois da passagem do furacão Idália
Imagem aérea mostra pessoas que se locomovem de caiaque em uma rua inundada na cidade de Crystal River, na Flórida (EUA), depois da passagem do furacão Idália Imagem aérea mostra pessoas que se locomovem de caiaque em uma rua inundada na cidade de Crystal River, na Flórida (EUA), depois da passagem do furacão Idália

Tempestades estão ocorrendo com maior frequência e intensidade em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos. Em menos de duas semanas, os meteorologistas observaram seis tempestades tropicais no país, e duas delas evoluíram para furacões — primeiro, a tempestade Hilary; depois, a tempestade Idália, que ainda está em curso.

Segundo o meteorologista e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Wanderson Luiz Silva, tempestades, de modo geral, estão mais frequentes e intensas especialmente por causa do aquecimento global. Com a elevação da temperatura média do planeta, há aumento da evaporação de rios e oceanos, o que leva a um maior vapor de água disponível na atmosfera.

"O fenômeno, por sua vez, provoca grandes acumulados pluviométricos [a soma dos valores medidos de chuva], que evoluem para vários tipos de tempestade", explica Silva.

O professor e pesquisador Wilson Roseghini, do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), também é a favor da tese de que as mudanças climáticas são o principal fator causador das tempestades nos Estados Unidos e no mundo. Como a intensidade dos furacões tem aumentado devido às mudanças climáticas, existe sempre a possibilidade de um furacão nos dias de hoje ser mais agressivo que os anteriores.

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"Além disso, a intensa ocupação e a urbanização de áreas antes ocupadas por florestas e mangues acabam favorecendo impactos muito mais intensos quando esses eventos extremos ocorrem", afirma Roseghini.

O meteorologista Caetano Mancini, do Tempo OK, ressalta que o oceano Pacífico está agora sob a influência do El Niño, fenômeno que tende a intensificar as tempestades no oeste e no sul dos EUA — principalmente nos estados da Califórnia, do Arizona, do Novo México, do Texas e da Flórida. Por outro lado, o fenômeno tende a desfavorecer furacões no Atlântico.

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A questão é que as águas do Pacífico estão muito quentes, e isso explicaria a formação incomum de furacões nesta época do ano. A tempestade Idália evoluiu para um furacão durante seu percurso pelo golfo do México, região que normalmente já apresenta superfícies bastante quentes, com temperaturas que podem chegar a 30ºC. Os furacões ocorrem em áreas onde a temperatura da superfície do mar é superior a 26ºC.

"O calor da superfície da água serve como um combustível para tempestades. Normalmente, essas tempestades tropicais se deslocam sobre essas piscinas naturais de águas mais aquecidas", diz Mancini.

De acordo com os especialistas, em termos estruturais, as tempestades tropicais e os furacões são relativamente semelhantes. Eles diferem na intensidade dos ventos, o principal fator utilizado para classificar os fenômenos. A tempestade tropical pode ser considerada a condição inicial de um furacão. Nesse estágio, os ventos sustentados variam entre 63 km/h e 118 km/h.

Quando os ventos se intensificam e atingem a marca de 119 km/h ou mais, o fenômeno passa a ser considerado um furacão, que pode ser classificado de 1 a 5 na escala Saffir-Simpson. Furacões de categoria 5 podem apresentar ventos de mais de 170 km/h.

O Centro Nacional de Furacões (HNC, na sigla em inglês) anunciou na manhã da quarta-feira (30) que o Idália tocou o solo, na costa noroeste da Flórida, como um furacão de categoria 4. Horas depois, o fenômeno foi sendo reduzido progressivamente, até a categoria 1, mas especialistas acreditam que o pior ainda está por vir. O furacão Ian, que passou pela Flórida em setembro de 2022, considerado o mais violento a atingir o estado desde 1935, foi classificado como um furacão de categoria 5.

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