Viagem de Pelosi a Taiwan faz China e EUA mobilizarem as Forças Armadas
Aviões chineses sobrevoaram áreas próximas da ilha enquanto embarcações americanas se posicionaram na região
Internacional|Do R7
Quando o avião em que estava a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil), Nancy Pelosi, tocou o solo de Taiwan, nesta terça-feira (2), a política internacional começou a desenhar novos rumos. A ilha no Pacífico colocou Washington e Pequim em lados opostos, e as duas potências econômicas e militares demonstram estar prontas para agir de maneira enérgica, até com confronto direto.
Pequim já dava sinais de que não aceitaria uma visita de autoridade americana a Taiwan, território autônomo mas pertencente à China. Há alguns dias, o governo de Xi Jinping advertiu que os EUA pagariam o preço se Taipei fosse incluída nos destinos de Pelosi pela Ásia.
Na expectativa de alguma reação chinesa com a chegada de Pelosi a Taiwan, diversas embarcações americanas se deslocaram para a região assim que a presidente da Câmara pousou no país asiático.
O porta-aviões USS Ronald Reagan, que faz manobras militares nas proximidades desde julho, foi direcionado para o mar das Filipinas, ao sul do território taiwanês. A presença da enorme embarcação implica também o posicionamento de caças F-35. Ao mesmo tempo, um barco anfíbio dos fuzileiros navais dos EUA ocupou as águas ao leste da ilha.
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Do lado chinês, aviões militares sobrevoaram o estreito de Taiwan. Uma forma de demonstrar a desaprovação de Pequim diante da viagem oficial de Pelosi ao território, apesar de diversos alertas.
Segundo autoridades taiwanesas, pelo menos 21 incursões de aviões da Força Aérea da China foram identificadas na Zona de Identificação de Defesa Aérea.
Novamente em tom de ameaça, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim publicou uma declaração oficial em que diz que a visita de Pelosi "é uma violação severa do princípio de 'Uma Só China'" e impacta a base política das relações entre China e EUA.
De acordo com a China, o governo americano está sinalizando que está apoiando Taiwan. Já Pelosi diz que a viagem foi uma crítica ao governo comunista de Pequim.
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