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Vício em heroína cresce nos EUA, segundo os Centros de Controle de Doenças

Internacional|

Atlanta (EUA), 7 jul (EFE).- Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) divulgaram nesta terça-feira os números mais recentes nos Estados Unidos sobre dependência em heroína, a droga ilícita cujo consumo mais cresceu entre os hispânicos nos últimos anos. Segundo o relatório dos CDC, o aumento no consumo de heroína foi majoritariamente registrado entre grupos que historicamente tinham baixos índices, como as mulheres, as pessoas com plano de saúde e de maior renda. "Para reverter esta tendência necessitamos de uma resposta de toda a sociedade para melhorar as práticas de prescrição de opiáceos", indicou o diretor dos CDC, Tom Frieden, ao divulgar hoje os resultados do relatório. "Para prevenir a dependência, expandir o acesso ao tratamento efetivo para os viciados, aumentar o uso de naloxone para reverter as overdoses e trabalhar com as autoridades, como a DEA (a polícia federal antidrogas), para reduzir o fornecimento de heroína", especificou Frieden. Além disso, o relatório concluiu que quase todas as pessoas que consomem heroína também são viciadas em outras substâncias e determinou que o abuso de opiáceos é o maior fator de risco para o consumo de heroína. Segundo o documento, as pessoas com problemas de dependência ou abuso de opiáceos correm 40 vezes mais risco de abusar da heroína, enquanto no caso da cocaína esse risco é 15 vezes maior. Quase a totalidade dos que afirmaram ter usado heroína no último ano (96%) indicaram o consumo de pelo menos alguma outra droga e mais da metade deles - 61% - consumiram pelo menos outras três no mesmo período. Segundo os CDC, entre os grupos de maior risco estão os homens brancos não hispânicos com entre 18 e 25 anos, as pessoas com renda anual inferior a US$ 20 mil, os beneficiados do Medicaid e aqueles que não têm plano de saúde. Apesar de o relatório não ter incluído números específicas sobre os hispânicos, a dependência de heroína provocou um aumento significativo de mortes nesta comunidade em anos recentes, de acordo com os dados dos CDC. "O estudo focou no consumo de heroína e não havia informação suficiente sobre minorias para incluí-la, mas sabemos que assim como aumentaram as taxas de consumo, aumentaram os índices de morte por overdose de heroína, que entre os hispânicos foi de 60% entre 2002 e 2013", disse à Agência Efe Melissa Mercado-Crespo, epidemiologista dos CDC. A especialista apontou a necessidade de se incrementar os esforços para criar maior consciência sobre este problema entre os latinos e outras minorias. "Estes números nos mostram que este é um assunto que temos que continuar trabalhando com toda a população, incluindo os hispânicos", opinou. Além disso, conforme o uso de heroína aumenta, as autoridades evidenciaram um aumento no número de mortes por overdose dessa droga, que entre 2011 e 2013 quase duplicaram, até superar as 8.200 em 2013. As autoridades destacaram a necessidade de se trabalhar a prevenção e o tratamento da dependência de heroína, assim como de promover o maior uso do narcótico naloxone, que pode reverter os efeitos de uma overdose, por parte das emergências médicas. Muitos estados proíbem que funcionários de saúde com treinamento básico administrem o naloxone, mas permitem que pessoal especializado possa fornecê-la em caso de suspeita de overdose. Os CDC pediram a ação dos estados para reverter a "epidemia" da heroína ao fomentar melhores práticas na prescrição de opiáceos, ao adotar um sistema mais rígido de observação de pacientes e, com isso, prevenir o abuso destes fármacos. O relatório, que analisou dados da pesquisa de Uso de Drogas e Saúde, levou em consideração as tendências do consumo de heroína entre os períodos de 2002-2004, 2005-2007, 2008-2010 e 2011-2013. EFE mc/rpr

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