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Vida piorou no último ano para 83% dos venezuelanos, diz pesquisa

Mais da metade dos entrevistados que se identificaram como apoiadores do governo de Nicolás Maduro concordaram com a piora

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Crise afeta distribuição de alimentos e remédios
Crise afeta distribuição de alimentos e remédios

Uma pesquisa feita pela organização Atlantic Council revelou que 83% dos venezuelanos acreditam que sua vida piorou no último ano.

O índice de insatisfação é alto inclusive entre aqueles que se identificaram como apoiadores do governo de Nicolás Maduro. Mais da metade deste entrevistados concordaram com a piora nas condições de vida.

Hector Carrasque, 37, não se considera um apoiador do presidente, tampouco um opositor. Mas ele afirma que sua vida também piorou.

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“Por conta da economia. Dá para notar que piorou para toda a população”, diz Carrasque, que trabalha no Ministério do Desenvolvimento.


Para os entrevistados, os maiores problemas do país são a hiperinflação, falta de alimentos e medicamentos. As pessoas também demonstraram preocupação com segurança, serviços de saúde, apagões elétricos e mais recentemente, a falta de água potável.

A ONU calcula que pelo menos 3 milhões de pessoas deixaram a Venezuela, fugindo do cenário caótico, isso equivale a cerca de 9% da população do país.


Crise humanitária

De acordo com a pesquisa, a crise humanitária é percebida por oito em cada dez venezuelanos.


Cerca de 90% dos entrevistados diz que a distribuição de remédios é ruim ou muito ruim. Entre os que se identificaram como apoiadores do governo, oito em cada dez pessoas disseram que a situação dos remédios é ruim ou muito ruim.

Já a distribuição de alimentos é um pouco menos criticada. Para 80% dos venezuelanos ela é ruim ou muito ruim.

Para resolver o problema, a Igreja é apontada como a melhor instituição para ajudar os necessitados — 43% da população acredita que o clero é mais preparado para esta tarefa. Outros 28% confiam mais na comunidade internacional e nas ONGs para pedir ajuda.

Em contrapartida, a confiabilidade do governo e dos órgão que o apoiam — Assembleia Constituinte e Forças Armadas — para prestar ajuda humanitária é muito pequena entre a população. Metade dos entrevistados acredita que o governo não é capacitado para ajudar.

Carrasquel concorda que o país está em uma crise humanitária. No Ministério do Desenvolvimento, ele trabalha com projetos de habitação pública, mas também está entre aqueles que não acreditam que o governo pode resolvê-la.

Crise econômica

A falta de remédios e comida é motivada por uma crise econômica que se arrasta através dos anos. A inflação projetada pelo FMI é de 1.000.000% e impede o consumo de produtos básicos.

Maduro é indicado como o grande responsável pelos problemas financeiros do país por 60% da população, incluindo 10% de seus apoiadores.

O presidente também é considerado incapaz de resolver a crise com as medidas que anuncia.

Além disso, 56% dos venezuelanos acreditam que é necessária uma mudança no governo para que o país consiga se reerguer.

A pesquisa foi realizada em setembro e entrevistou 1.000 pessoas. A amostragem tem 95% de confiança e uma margem de erro de 3,4%.

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