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Virologista alemão alerta sobre 'efeito rebanho' contra coronavírus

Para o especialista, apostar que 60 a 70% da população pode ser infectada para gerar imunização pode levar a 'centenas de milhares de mortes'

Internacional|Da EFE

Lothar Wieler fez advertências e disse que o melhor caminho é uma vacina
Lothar Wieler fez advertências e disse que o melhor caminho é uma vacina

O Instituto Robert Koch (RKI), centro especializado em epidemiologia da Alemanha, advertiu nesta quinta-feira (30) contra a aposta na chamada "imunidade em grupo", ou "efeito rebanho", e reiterou que, até que uma vacina contra o novo coronavírus seja encontrada, o objetivo é manter a taxa de infecção baixa.

Em entrevista coletiva, o presidente do RKI, Lothar Wieler, chamou de "ingênua" a ideia de deixar o SARS-CoV-2 viajar pela população para se atingir a "imunidade em grupo". Isso porque, se o vírus não puder ser controlado, a Alemanha, atualmente com 6.288 mortes por Covid-19 "terá que lamentar várias centenas de milhares de óbitos".

Wieler lembrou que o coronavírus pode ser acompanhado de quadros clínicos sérios e provavelmente deixar sequelas em muitos dos pacientes, e por isso ninguém deveria ser exposto a ele.

"E quem faz isso porque pensa que cria 'efeito rebanho' é ingênuo e certamente não tem em mente a saúde das pessoas que dependem dele", afirmou.


Alertas contra imunidade coletiva

A imunidade coletiva, que exigiria que de 60% a 70% da população fosse infectada, não pode ser o objetivo, porque, como já foi visto em outros países, não funciona, segundo o pesquisador. Ele ainda salientou que ainda não se sabe quão boa é a imunidade de quem superou o contágio.

Nesse sentido, o presidente do RKI disse que não tem opinião sobre se uma vacina proporcionará uma imunidade maior do que aquela desenvolvida após uma infecção natural.

"O que é claro é que se uma vacina for eficaz e segura, menos pessoas morrerão se forem vacinadas do que se estiverem naturalmente infectadas com o coronavírus", comentou Wieler. "A ideia de erradicar este vírus sem uma vacina não vai funcionar", completou o pesquisador, que foi mais um a pedir para que o SARS-CoV-2 não seja subestimado.

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